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CTT condenam realização de greve e criticam “motivações políticas dos sindicatos”

Os Correios asseguram que os compromissos com os trabalhadores têm sido assegurados, com a empresa a não recorrer ao regime de ‘lay-off’, apesar dos efeitos da pandemia da Covid-19.
  • João Bento, presidente executivo dos CTT
19 Novembro 2020, 18h18

A administração dos CTT- Correios de Portugal condena “veementemente” a realização da greve marcada por algumas organizações sindicais dos trabalhadores para os dias 30 de novembro, 2 e 3 de dezembro. Em causa estão as datas escolhidas para avançar com a greve e “as motivações políticas dos sindicatos”, que a empresa diz atacar a sua sustentabilidade, segundo um comunicado enviado à redação esta quinta-feira.

Embora garanta respeitar o direito à greve, a empresa liderada por João Bento diz não compreender as datas escolhidas e os motivos da paralisação – falta de quadros e condições remuneratórias. Os Correios asseguram que os compromissos com os trabalhadores têm sido assegurados, com a empresa a não recorrer ao regime de lay-off, apesar dos efeitos da pandemia da Covid-19.

O documento recorda também que a operadora postal comparticipou a vacina contra a gripe para os seus trabalhadores antecipou o pagamento do subsídio de Natal e dos prémios extraordinários, num contexto pandémico. Aqui, inclui-se “um prémio pontual atribuído aos trabalhadores que estiveram na linha da frente durante o Estado de Emergência de abril e maio”.

Por isso, a administração dos CTT afirma que “é de uma enorme insenstez” questionar a atribuição de prémios e a antecipação do subsídio, argumentando que tratou-se de um custo “em nada é comparável com o impacto que um aumento salarial teria nos resultados da empresa”.

A empresa recorda, ainda, que a diuturnidades e progressões de carreira estão salvaguardadas. Neste ponto, “o incremento tem sido, em média, nos últimos 3 anos, de 4%, quando a taxa de inflação no mesmo período foi, em média, de 0,9%”.

Os Correios sublinham também que a greve realiza-se numa altura em que os resultados da empresa estão a ser “fortemente” impactados pela pandemia.

Os CTT rejeitam a ideia de que faltam trabalhadores no quadro e relembram que cumpriram o indicador geral de qualidade até que, em 2018, “a dois anos do fim do contrato de concessão”, a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) “decidiu alterar os critérios”.

Em 2019, os CTT falharam os objetivos definidos pelos indicadores de qualidade da Anacom.

No mesmo documento, a operadora postal ainda reitera a sua vontade de se manter como prestador do serviço postal universal, mas, ressalvando, que o atual contrato deve ser revisto. Os CTT indicam que o contrato deve ser “justo, equilibrado” e servir o interesse das partas.

Nesse sentido, a administração de João Bento critica as “motivações políticas dos sindicatos”, que se sobrepõem “à sustentabilidade da empresa”.

A greve dos CTT foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) para os dias 30 de novembro e 2 e 3 de dezembro. A greve dos CTT abrange a distribuição postal e a rede de atendimento.

O objetivo da greve é a reivindicação de mais pessoal e condições remuneratórias, bem como a luta contra a degradação da qualidade do serviço postal da empresa, segundo contou Victor Narciso, secretário-geral do SNTCT, ao Jornal Económico na quarta-feira.

https://jornaleconomico.pt/noticias/trabalhadores-dos-ctt-em-greve-dia-30-de-novembro-e-2-e-3-de-dezembro-665363

 

 

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