[weglot_switcher]

Da esquerda à direita. O que dizem os partidos sobre a invasão da Rússia à Ucrânia?

Depois da invasão russa à Ucrânia os partidos com representação parlamentar expressaram a sua solidariedade para com os ucranianos.
  • Reuters
22 Fevereiro 2022, 16h00

Depois de alguns dias de muita especulação a Rússia deu os primeiros passos no sentido de invadir a Ucrânia, ao reconhecer a independência de duas regiões separatistas da Ucrânia: Donbas [Donetsk e Luhansk]. A ação do Kremlin suscitou diversas reações e em Portugal da esquerda à direita os diferentes partidos com representação parlamentar demonstraram-se solidários para com a Ucrânia.

“Reconhecimento russo das regiões separatista viola acordo de Minsk”, diz Costa

Pouco depois da Rússia ter reconhecido independência das regiões de leste da Ucrânia, o primeiro-ministro compartilhou no Twitter que a ação violava o acordo de Minsk.

“O reconhecimento russo das duas regiões separatistas da Ucrânia viola claramente os acordos de Minsk e põe em causa a integridade territorial da Ucrânia. Condenamos veementemente esta ação e manifestamos total solidariedade para com a Ucrânia”, escreveu Costa.


PSD contra decisão da Rússia de reconhecer independência de regiões

Em comunicado divulgado no site do partido o PSD dá nota de que “condena a decisão da Rússia de reconhecer a independência das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk”. “Trata-se de uma violação do direito internacional, dos acordos de Minsk e do princípio do respeito pela integridade territorial dos Estados”, apontam os sociais democratas.

Para o partido liderado por Rui Rio “nenhuma ordem internacional pode subsistir quando os Estados se sentem livres para colocar em causa a soberania de outros Estados e para alterar as fronteiras pela força”.

“Defendemos sempre a diplomacia e a solução pacífica dos conflitos e continuamos a sustentar que é preciso evitar uma ainda maior escalada da situação, mas a comunidade internacional tem de deixar bem claro que há punições para que quem não cumpre as normas e as leis internacionais”, diz o PSD que concorda com a decisão da UE de aplicar sanções à Rússia.

CDS quer que impere o bom senso

O eurodeputado do CDS-PP Nuno Melo referiu, em entrevista à “RTP” esperar que impere o bom senso no conflito entre Rússia e Ucrânia. “Espero que impere o bom senso, espero sinceramente que não haja uma atitude concertada com a China em relação a outras pretensões que podiam levar a uma escalada com resultados absolutamente imprevisíveis”, disse Nuno Melo.

O democrata cristão sublinhou ainda que “lidar com a Rússia não é como lidar com outro país que possa ter pretensões territoriais” e que no passado algo semelhante aconteceu com o Kosovo.

Bloco espera que escalada não continue

À esquerda um dos fundadores do Bloco de Esquerda Luís Fazenda disse, em entrevista à “TSF” esperar que a escalada não continue.

“Nós só podemos condenar o reconhecimento da independência das repúblicas separatistas na Ucrânia. O processo de paz obrigaria a uma via diplomática, um diálogo político, real e concreto, e não propriamente extremar as posições. A Rússia fê-lo. Isso é absolutamente condenável e esperamos que esta escalada não continue. Há que encontrar o espaço para a via diplomática e para minimizar aquilo que possam ser escaladas de guerra”, considerou.

PCP aponta que Ucrânia nunca cumpriu acordo de Minsk

“Quando alguns demonstram agora a sua preocupação com os acordos de Minsk, assinados há sete anos, é importante ter presente que o regime ucraniano não só nunca os cumpriu, inclusive de forma assumida, como impediu a concretização de uma solução política para o conflito no Donbass, sendo responsável por constantes violações do cessar-fogo”, referem os comunistas em comunicado no site do partido.

O PCP denuncia a “perigosa estratégia de tensão e propaganda belicista promovida pelos EUA, a NATO e a UE, e apela ao desenvolvimento da ação em defesa da solução pacífica dos conflitos internacionais, pelo fim das agressões e ingerências do imperialismo, pela rejeição do alargamento da NATO e pela sua dissolução”.

Liberais dizem que Costa devia ter sido mais “vocal” no apoio à Ucrânia

Os liberais escolheram as redes sociais para se manifestar sobre o assunto e apontaram que o primeiro-ministro português deveria ter sido mais vocal sobre o assunto.

“A IL disse há uma semana ao primeiro-ministro António Costa, em reunião presencial, que Portugal devia ter sido muito mais vocal e claro no apoio ao povo ucraniano. Passou uma semana e resta o tweet inevitável perante o facto consumado”, escreveu o partido de João Cotrim Figueiredo.

Marcelo diz que “importa esperar pelas deliberações europeias”

Além dos partidos políticos e Governo também o Presidente da República abordou o assunto e afirmou que agora resta esperar pelas deliberações europeias.

“A União Europeia já tomou uma posição ontem ao começo da madrugada, Portugal também como os demais países membros da União Europeia. Naturalmente que importa esperar pelas deliberações europeias e depois eventualmente o governo português e Portugal como os demais países pronunciar-se-ão sobre aquilo que foi decidido”, frisou o Chefe de Estado.

Marcelo referiu também os acordos de Minsk. “Os acordos de Minsk foram acordos que implicaram uma grande conjugação dos países que integram a União Europeia e os seus aliados no quadro da NATO e houve ao longo desse tempo, inclusive das Nações Unidas, um acompanhamento da aplicação dos acordos de Minsk”, destacou.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.