Diz-nos o dicionário que “invisível” tem como sinónimos “escondido”, “impercetível”, “oculto”. Eis tudo o que o ciclo de dança contemporânea Dança Invisível, que decorre de 19 a 28 maio no Palácio do Sobralinho, em Vila Franca de Xira, não quer ser.
O objetivo, claro está, é mobilizar o público para os quatro espetáculos que integram o ciclo, assim como para as duas masterclasses previstas nesta edição.
Joana Castro abre o ciclo Dança Invisível, no dia 19, com “Darktraces”, espetáculo que oscila “entre o espanto e o adormecimento”, com corpos que se afirmam como matéria e memória. Presenças fantasmagóricas deambulam entre evocações e assombros, risos e choros, erotismo e violência, numa constante invasão de si próprias.
Dia 20, às 15h00, Pedro Senna Nunes é o mentor da masterclass de vídeo-dança, onde se propõe desmontar alguns processos criativos e técnicos dos seus trabalhos de vídeo-dança e o modo como pode ser executada cada fase de produção – pré-produção, rodagem, pós-produção – num ambiente marcado pelo cruzamento disciplinar.
No mesmo dia, às 17h00, “Shadow in Motion”, da Filmes InShadow – Lisbon Screendance Festival, promove uma sessão de filmes de vídeo-dança que inclui propostas intemporais, utópicas ou atemporais, algures entre o grandioso, o sublime e o seu reverso.
Dia 21 de maio, Carminda Soares e Maria R. Soares apresentam “It’s a long yesterday”, um exercício sobre o desejo, a fratura e a multiplicação. Neste projeto, as criadoras e intérpretes convocam universos pessoais e íntimos de trabalhar sobre a sua condição de irmãs gémeas, enquanto ferramenta de investigação para refletir sobre a potencialidade de um corpo impreciso porque múltiplo.
Dia 27 de maio, a CiM – Companhia de dança vai bisar a sua presença neste ciclo com “DES-ACERTO”, espetáculo que assinala os 15 anos da companhia e no qual as palavras e os movimentos ocorrem em encontros suspensos, em atos de decisão e ação para que o corpo marque um tempo único de partilha.
A 28 de maio, Às 18h00, os artistas Henrique Furtado e Aloun Marchal vão explorar, em “Bibi Ha Bibi”, uma gama de sons e movimentos com registos detonantes, que passam pela luta e jogos infantis mais impertinentes, pela simples expiração ou mesmo gritos vindos das profundezas do corpo.
O ciclo Dança Invisível ambiciona criar possibilidades várias para a dança contemporânea portuguesa, apostando no cruzamento de linguagens artísticas e na promoção do trabalho de coreógrafos emergentes, com criações de caráter experimental e inovador.
Para tornar visível aquilo que é invisível, cada edição convida um artista consagrado, para aprofundar diálogos artísticos e aproximar os circuitos artísticos nacional e internacional. Mas não só. Este ciclo também está ligado ao programa de apoio à criação “Artistas no Palácio – Programa de Residências Artísticas”, que a Inestética – estrutura artística multidisciplinar sediada no Palácio do Sobralinho, em Vila Franca de Xira, promove desde 2013.
Dança Invisível não se esgota dos espetáculos e masterclasses. Também promove conversas informais com o público, após cada atuação, com o objetivo de aproximar criadores e audiência. Vasos comunicantes para que a dança invada a esfera pública.
Consulte aqui o programa completo.
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