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Depois das imagens de choque, maços de tabaco podem “perder” as marcas

No Dia Mundial do Não Fumador, especialistas avançam com a proposta de remover as referências publicitárias dos maços de tabaco. Imposto sobre o tabaco rende ao Estado 1,5 mil milhões de euros.
17 Novembro 2016, 11h35

Depois de em maio terem sido introduzidas imagens de choque nos maços de tabaco, os especialistas de prevenção de tabagismo defendem agora que Portugal deve avançar com a retirada do logótipo das marcas dos maços, como recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo a OMS, o chamado ‘plain packaging’ tem um impacto maior junto da comunidade fumadora uma vez que elimina as referências publicitárias das embalagens, passando a exibir apenas imagens e avisos para desincentivar o seu consumo. A Austrália foi pioneira, em 2012, a avançar com esta medida, tendo esta também já sido aplicada em Inglaterra e na França.

Em Portugal, apesar do aumento das restrições legislativas, o consumo de tabaco diminuiu apenas cerca de um ponto percentual em nove anos. Entre janeiro e outubro terão entrado no mercado nacional cerca de 8,8 mil milhões de cigarros, mais 12% do que no período homólogo, estimando o Estado vir a arrecadar 1,5 mil milhões de euros com o imposto aplicado ao preço do tabaco. Em média, os consumidores fumam 16 cigarros por dia.

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) aprova a medida apresentada mas esclarece que a prioridade neste momento é conseguir que a revisão da lei do tabaco, que prevê o alargamento da proibição de fumar a cinco metros das escolas e hospitais, seja aprovada na Assembleia da República.

O tabaco continua a ser a principal causa de cancro do pulmão – cerca de 85% dos casos. De acordo com dados da Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão, surgem todos os anos cerca de 4 mil novos casos e morrem à volta de 3 700 pessoas por ano com a doença.

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