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DBRS vê dívida a atingir máximos, mas acredita que Portugal está agora melhor preparado para aguentar crise

A agência de notação financeira espera que Portugal continue comprometido com uma política orçamental prudente no médio prazo. Mas avisa que a dívida pública poderá superar o máximo registado em 2014.
30 Julho 2020, 09h20

A DBRS espera que Portugal continue comprometido com uma política orçamental prudente no médio prazo.

A agência de notação financeira prevê que a dívida pública volte a ultrapassar os 130% do PIB este ano, atingindo um “nível mais alto do que o máximo atingido em 2014”.

Mas a agência canadiana acredita que “as finanças públicas de Portugal estão melhor preparadas para aguentar este choque face à crise anterior” e apresenta três argumentos para sustentar este ponto de vista.

Em primeiro, “Portugal chegou a esta crise tendo atingido um equilíbrio nas suas contas orçamentais e estruturais e com excedente primário”.

Depois, “a probabilidade de passivos contingentes consideráveis ​​serem transferidos para o balanço do Governo, embora altamente incerta, parece mais moderada. Isto deve-se a um regime fiscal mais transparente e melhor controlado, assim como um sistema financeiro reforçado. Os dois contingentes de risco mais visíveis para o orçamento, a TAP e o Novo Banco, parecem mais moderados do que riscos anteriores”.

Por último, o “custo do serviço da dívida pública é favorável relativamente à última crise, apesar da dívida ser maior”.

Para a DBRS, o maior risco para a economia portuguesa é a “natureza e duração da crise económica e sanitária” devido à pandemia do novo coronavírus.

Num tom otimista, a agência aponta que “a economia poderá regressar rapidamente à sua capacidade prévia assim que a pandemia acabar”.

Num tom mais pessimista, alerta que a “capacidade económica pode ficar permanentemente afetada” pelo baixo consumo e por problemas no fornecimento de bens e serviços.

“Quando mais longo e mais doloroso for o choque económico, maior a pressão nas finanças públicas de Portugal”, disse o vice-presidente da DBRS, Jason Graffam.

“Esperamos a continuidade do compromisso do país com uma política orçamental prudente no médio prazo. As decisões políticas nos anos recentes colocaram Portugal numa forte posição no início desta crise face à crise registada há 10 anos”, afirmou.

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