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Debate sobre imigração. Chega abandona plenário e acusa presidente da AR de não ser isento

Antes de abandonar o Parlamento, André Ventura posicionou-se contra a vinda de estrangeiros para Portugal, acusando-os de serem subsidiodependentes. Um estudo do Observatório das Migrações, relativo a 2020, concluiu que os imigrantes contribuem mais do que aquilo que recebem para a Segurança Social.
21 Julho 2022, 15h46

Os 12 deputados do Chega abandonaram a sessão do Parlamento, esta quinta-feira, acusando o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, de não ser isento.

Em debate estavam projetos de alteração à lei da nacionalidade, nomeadamente uma proposta do Governo para que seja simplificada a burocracia no acolhimento de estrangeiros em Portugal, algo a que se opõe o Chega que lançou duras críticas à vinda de emigrantes para Portugal.

Tudo começou quando o presidente do Chega, André Ventura contestou a intervenção de Rui Tavares, do Livre, que apelava ao bom acolhimento dos imigrante tendo em conta o facto de que Portugal tem uma enorme comunidade a viver no estrangeiro. Ventura considerou que a imigração em Portugal é “subsidiodependente”.

Um estudo do Observatório das Migrações, relativo ao primeiro ano de pandemia, concluiu que “os imigrantes em Portugal contribuíram com mais de mil milhões de euros em contribuições para a Segurança Social em 2020, mas só beneficiaram de 273 milhões de euros em prestações sociais”. Assim, contribuem mais do que aquilo que recebem.

Antes dos deputados terem abandonado o hemiciclo Augusto Santos Silva referiu que “Portugal deve muito, mas mesmo muito, aos muitos milhares de imigrantes que aqui trabalham”.

Por sua vez, o presidente do Chega respondeu que “o que fez hoje, após uma intervenção de um deputado sobre uma proposta do Governo, mostra que nós não temos um presidente da Assembleia da República isento, capaz de distinguir a função de árbitro e a função de deputado do PS”.

A tensão entre Augusto Santos Silva e André Ventura continua a aumentar. Esta quinta-feira, o representante do Chega recordou que o partido apresentou um projeto de resolução que censura o comportamento de Santos Silva. Ventura referiu que quer debater a proposta “já em setembro”.

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