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Delegações de Kiev e Moscovo já estão reunidas. Cessar-fogo em cima da mesa na terceira ronda de negociações

O porta-voz do Kremlin revelou hoje que a Rússia admite interromper a ação militar na Ucrânia “imediatamente” mediante três condições. Em causa está a alteração da constituição do país para garantir o estatuto de neutralidade, ao comprometer-se a não entrar em nenhum “bloco”, o reconhecimento da Crimeia como território russo, bem como o reconhecimento das repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk como estados independentes.
  • ‘@RusEmbassyMinsk/Twitter
7 Março 2022, 15h27

As delegações da Ucrânia e da Rússia já estão reunidas naquela que é a terceira ronda das negociações iniciadas no passado dia 28 de fevereiro, estando em cima da mesa um cessar-fogo para permitir abrir corredores humanitários para salvar a população que se encontra retida em várias cidades ucranianas.

A informação foi avançada esta tarde pela Embaixada da Rússia em Minsk, citada pela “Interfax”, que entretanto publicou uma fotografia dos representantes das respetivas delegações já sentados à mesa.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, revelou hoje que a Rússia admite interromper a ação militar na Ucrânia “imediatamente” mediante três condições. Em causa está a alteração da constituição do país para garantir o estatuto de neutralidade, ao comprometer-se a não entrar em nenhum “bloco”, o reconhecimento da Crimeia como território russo, bem como o reconhecimento das repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk como estados independentes, segundo a “Reuters”.

No dia 3 de março, naquela que foi a segunda vez que os representantes dos dois países se encontraram, a Ucrânia levou para a mesa de negociações a exigência do cessar-fogo imediato, tréguas, bem como a criação de um corredor humanitário para o transporte de civis das áreas destruídas ou que se encontram sob fogo, tendo este último ponto (prioritário na agenda da Ucrânia), ficado acordado.

Contudo, até hoje, a abertura destas passagens seguras já falhou duas vezes devido a bombardeamentos, com os dois países a acusarem-se mutuamente pelo fracasso da operação.

Esta manhã, a poucas horas do início da terceira reunião, Moscovo anunciou que vai permitir a abertura de corredores humanitários, tanto na capital ucraniana como nas cidades de Mariupol, Kharkiv e Sumi, uma informação comunicada à Cruz Vermelha, à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa e à ONU, de acordo com agências de notícias russas.

António Guterres classificou como “absolutamente essencial” haver uma “pausa nos combates” para permitir a saída dos civis das cidades atacadas pelo exército russo e o estabelecimento de corredores humanitários, depois de a planeada evacuação Mariupol, Kharkiv e Sumi não se ter concretizado.

“É absolutamente essencial haver uma pausa nos combates na Ucrânia para permitir a passagem segura dos civis de Mariupol, Kharkiv e Sumi, bem como nos outros locais envolvidos nos conflitos e para garantir que os suprimentos humanitários que salvam vidas possam entrar para quem ficar”, escreveu o secretário-geral da ONU numa mensagem publicada no domingo no Twitter.

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