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Depois da Colômbia, Peru declara presidente do México persona non grata

Crise entre os dois países vem a agravar-se desde que o ex-presidente Pedro Castillo foi afastado do poder e de seguida preso preventivamente
23 Maio 2023, 17h01

O Congresso peruano declarou mais um chefe de Estado da América Latina persona non grata. Pouco mais de três meses depois, López Obrador junta-se ao presidente da Colômbia, Gustavo Petro, como os chefes de Estado ‘inimigos’ do Peru. Ambos caíram no mesmo ‘pecado’: criticar (de forma dura, sublinhe-se) o regime que se foi organizando desde que o ex-presidente Pedro Castillo foi afastado do lugar para que fora eleito.

Segundo a imprensa, a Comissão de Relações Exteriores aprovou uma moção (com 11 votos a favor, um contra e três abstenções) sobre López Obrador. Já a de Gustavo Petro foi aprovada por 13 a favor, nenhum contra e três abstenções – ou seja, o regime tem mais reservas face a Petro que a López Obrador.

O documento exige que o Ministério do Interior e o parlamento desenvolvam “ações necessária” para que López Obrador não pise solo peruano. A questão com o presidente mexicano é a mesma que com o colombiano: ambos eram apoiantes de Castillo e têm criticado duramente o Peru pela perseguição a um presidente eleito democraticamente e reconhecido internacionalmente (Washington foi dos primeiros países a dar esse sinal poucos dias depois das eleições).

Desde que Pedro Castillo foi afastado, López Obrador colocou-se a seu lado e recusou terminantemente reconhecer a investidura de Dina Boluarte – cujo mandato considera ilegítimo, não a querendo por isso à frente da organização Aliança do Pacífico. López Obrador justificou a sua recusa em passar a liderança do grupo (rotativa) a Boluarte dizendo que a sua posição “não é legal nem legítima”.

Nestes cinco meses, as relações diplomáticas entre México e Peru ficaram reduzidas à gestão corrente. O executivo Boluarte ordenou a expulsão do embaixador mexicano no Peru, Pablo Monroy, e decidiu enviar para a reforma o seu mais alto representante no México, Manuel Talavera.

López Obrador já reagiu: “Para mim, é um sinal de orgulho que aqueles que agem desta forma me declarem persona non grata”, disse, citado por vários jornais. E insistiu que Pedro Castillo, detido desde dezembro em prisão preventiva, seja liberado: “Inventam crimes, fabricam crimes de corrupção. O que deve ser feito no Peru, além de libertar o presidente, é reinstalá-lo para que seja feito um acordo e sejam convocadas eleições gerais o mais rapidamente possível, e que o povo do Peru decida”, acrescentou.

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