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Depois da vertente estratégica, Biden tenta lançar acordo comercial no Indo-Pacífico

Os Estados Unidos estão tentando liderar um novo acordo-quadro para a região do Indo-Pacífico, que pretende garantir a autonomia da cadeia de abastecimentos. Austrália, Nova Zelândia, Singapura, Malásia e Japão fazem parte do plano.
14 Fevereiro 2022, 17h50

Depois da criação do AUKUS, um acordo tríplice entre os Estados Unidos, Austrália e Reino Unido com preocupações geopolíticas e militares, os Estados Unidos querem agora regressar à região do Indo-Pacífico para concluir um acordo de largo espectro na vertente comercial. Austrália, Nova Zelândia, Singapura, Malásia e Japão são os países que estão sob observação da administração democrata de Joe Biden – que, com este acordo, pretende sustentar a cadeia de fornecimentos da indústria caseira, largamente afetada pelas dificuldades de transporte patrocinadas pela pandemia.

O chamado Quadro Económico Indo-Pacífico não será um acordo tradicional, explicara a administração da Casa Branca: pretende proteger a cadeia de fornecimento de semicondutores e investir em infraestruturas, segurança cibernética, tecnologia e privacidade.

O projeto começou a ser gizado em outubro passado no âmbito da Cimeira do Leste Asiático, altura em que Joe Biden observou que “os Estados Unidos pretendem explorar com os seus parceiros o desenvolvimento de uma estrutura económica no Indo-Pacífico”.

Esta estratégia de aproximação regional tem em vista, por outro lado, o reequilíbrio de forças (comerciais) com a China e com o seu gigantesco plano de desenvolvimento supranacional conhecido como a Nova Rota da Seda. E é também uma espécie de versão comercial do grupo QUAD (Quadrilateral Security Dialogue, Diálogo Quadrilateral de Segurança), uma aliança estratégica informal criada entre os Estados Unidos, Austrália, Índia e Japão.

“A necessidade de alguma estratégia é urgente”, refere o Centro para os Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), num documento citado pela comunicação social norte-americana. Aquela entidade destaca que os Estados Unidos têm interesses profundos e permanentes na região, que concentra metade da população, da produção económica e do comércio mundial.

O futuro acordo é também um regresso à Parceria Transpacífico (TPP), da qual o anterior presidente, Donald Trump, quis sair.

Durante um seminário organizado pela Washington International Trade Association em janeiro passado, Sarah Bianchi, vice-representante comercial dos Estados Unidos para a região da Ásia-Pacífico, admitiu que “ainda há um caminho a percorrer para concluir um plano formal, mas há uma nova abordagem em que estamos a trabalhar”.

As importações dos países da Ásia-Pacífico representaram 33,7% das compras dos Estados Unidos no ano passado.

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