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Desemprego nos Estados Unidos assusta investidores e pressiona Wall Street

Os dados do emprego divulgados esta sexta-feira demonstram que os Estados Unidos perderam 701 mil postos de trabalho, num prenúncio de que uma recessão económica poderá estar para vir. Os dados remontam apenas até ao meio do mês de março e, por isso, não refletem por completo os estragos que novo coronavírus está a causar na economia norte-americana.
3 Abril 2020, 14h56

A economia norte-americana perdeu 701 mil postos de trabalho no mês de março, o que demonstra o impacto da Covid-19 na maior economia mundial. O sentimento do mercado está por isso pressionado esta sexta-feira, levando os três principais índices da bolsa de Nova Iorque a abrirem a sessão com perdas.

Esta sexta-feira, poucos minutos após o toque do sino da abertura da sessão, o industrial Dow Jones
Dow 30 caía 0,59%, para 21.286,88 pontos; o S&P 500 cedia 0,38%, para 2.517,28 pontos; e o tecnológico Nasdaq perdia 0,09%, para 7.480,47 pontos.

Os dados do emprego divulgados esta sexta-feira demonstram que os Estados Unidos perderam 701 mil postos de trabalho, num prenúncio de que uma recessão económica poderá estar para vir. Os dados remontam apenas até ao meio do mês de março e, por isso, não refletem por completo os estragos que novo coronavírus está a causar na economia norte-americana.

Em declarações à “Reuters”, Joe Brusuelas, economista chefe da RSM, uma consultora fiscal, revelou que a queda do emprego agora registada traz ecos da Grande Depressão.

Desde o início do bear market, a meio do mês de fevereiro, as bolsas dos Estados Unidos perderam sete biliões de dólares.

Nas empresas, destaque para a Tesla, que está a disparar 9,22% depois de o número de entregas de carros elétricos no primeiro trimestre ter superado as estimativas dos analistas. Nos primeiros três meses do ano, a elétrica de Elon Musk entregou 88.400 carros, acima dos 78.100 esperados, mas 21% abaixo das entregas efetuadas no último trimestre do ano passado.

A construtora aérea Boing está a avançar com rescisões voluntárias. O CEO da empresa, Dave Calhoun, enviou uma carta aos trabalhadores na qual referiu que será necessário tempo para que a indústria recupere da crise, esperando-se mais informações dentro de três a quatro semanas. A Boeing está a valorizar acima dos 3%.

Nas matérias-primas, o preço do petróleo está em recuperação depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter dito no Twitter que Vladimir Putin, presidente da Rússia, e o Mohammad bin Salman, príncipe herdeiro e líder da Arábia Saudita, terem chegado a acordo para um corte de produção de dez mil milhões de barris por dia. A Rússia, no entanto, desmentiu estas informações.

Em Londres, o barril e Brent, referência mundial, sobe 11,49%, para 33,38 dólares. Nos Estados Unidos, o West Texas Intermediate avança 5,45%, para 26,70 dólares.

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