A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro do presente ano com o intuito de, prontamente, proceder a uma “desnazificação” do território. Agora, e em forma de vingança, o território que outrora pertenceu à União Soviética está a planear renomear as ruas que apresentam ligações à Rússia.
Se a história passada é muitas vezes parte da identidade dos países, a história do presente acaba por se tratar de decisões difíceis. Desiludido com a invasão russa, várias cidades ucranianas estão prontas a retaliar ao eliminar ainda qualquer associação russa às praças.
Segundo a “Reuters”, o processo a que chamaram de desrussificação iniciou-se com o desmantelamento de um monumento da era soviética em Kiev. O mesmo monumento simboliza a amizade entre a Rússia e a Ucrânia, terminada depois da invasão, e 467 locais já estão identificados para que possam ser renomeados.
Um dos locais identificados por civis ucranianos é a praça central Praça Lva Tolstoho, nomeada em homenagem a Lev Tolstoi, escritor russo do século XIX, e outro local é a rua Lago Baikal, situada na Rússia. Desde 1991, altura em que a Ucrânia declarou a independência da União Soviética, que a Ucrânia tem eliminado aos poucos o legado soviético deixado em território ucraniano.
O presidente da câmara de Kharkiv, uma das cidades afetadas pela guerra, admitiu que vai apresentar um projeto-lei onde apela à mudança dos nomes de praças e ruas afiliadas à Rússia. “Mesmo sem estes nomes, vão existir muitas cicatrizes que nos lembrarão por um período de tempo sobre o tipo de vizinho que está nas nossas fronteiras a leste e norte”, escreveu Ihor Terekhov na rede social Telegram.
Mas se algumas cidades ainda estão a pensar proceder às mudanças, outras já iniciaram todo o processo. Algumas cidades e vilas no norte da Ucrânia já começaram a renomear as ruas em homenagem às unidades armadas que estão a proceder à defesa do território. O governador de Chernihiv apontou que as ruas e praças devem ser renomeadas em homenagem à Primeira Brigada de Tanques Separados.
No entanto, enquanto algumas já procederam à alteração e outras ainda o têm no papel, o ministro da Cultura advertir a mudança, uma vez que podem levar a mais retaliações e ataques por parte das forças russas.
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