DGS alarga vacinação para todos os adolescentes entre os 12 e os 15 anos (com áudio)

Durante a atualização das normas para a vacinação de crianças, esta terça-feira, a Direção-Geral de Saúde (DGS) anunciou que foi dada autorização para a vacinação dos adolescentes entre os 12 e os 15 anos. A recomendação surge na sequência da comuniação realizada no final de julho, onde foi determinado que só deveriam ser vacinados os jovens entre os 12 e os 15 anos que tivessem comorbilidades associadas ou por indicação médica.

“A DGS recomenda a vacinação de todos os adolescentes de 12 a 15 anos de idade. Esta recomendação, que surge na sequência da análise dos dados de vacinação nestas faixas etárias, nos EUA e na União Europeia, tem carácter universal, pelo que as vacinas estarão disponíveis para os adolescentes, acompanhados pelos progenitores ou tutores legais, sem necessidade de indicação médica”, revelou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, durante uma conferência de imprensa.

Questionada sobre quando arrancaria o processo de vacinação nesta faixa etária, Graça Freitas explicou que “só depois da recomendação técnica é que surge a parte logística”. “A partir deste momento está aberto o caminho para a vacinação dos jovens dos 12 aos 15 anos e será depois a parte da logística que comunicará em que moldes vai acontecer”, disse, frisando que, embora a vacinação não arranque hoje, existe a expectativa que comece antes ou logo nos dias a seguir ao início do ano lectivo.

“Se for mais uma semana ou menos uma semana não terá um impacto negativo importante, vamos deixar agora as questões logísticas para fazerem o seu trabalho e se for possível antes do início do ano lectivo será, se for possível só uns dias depois também será”, defendeu.

No mesmo momento, a dirigente anunciou ainda que “dando continuidade à comunicação de 30 de julho, a DGS, ouvida a Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19, mantém a recomendação da vacinação prioritária das pessoas com 16 ou mais anos, e dos adolescentes com 12 a 15 anos com comorbilidades de risco”.

Decisão de vacinar todos os adolescentes é puramente técnica. DGS afasta pressão política

Graça Freitas, questionada sobre se a pressão política e social em favor da vacinação das crianças e adolescentes influenciou a decisão de hoje, garante que a decisão foi estritamente técnica e recusa abordar qualquer influência política.

A diretora-geral da Saúde começou por recordar uma frase do comunicado de dia 30 de julho, quando foi recomendada a vacinação apenas para os adolescentes com comorbilidades ou por indicação médica: “A DGS recomendará a vacinação universal adolescentes dos 12 aos 15 anos logo que estejam disponíveis dados adicionais”.

Graça Freitas explica que a recomendação dos jovens entre os 12 e os 15 anos surge na sequência da divulgação de novos dados oriundos da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos, onde é indicado que dos cerca de 15 milhões de adolescentes nestas faixas etárias que foram vacinados não houve um aumento do sinal de risco associado ao fármaco.

“Na semana seguinte, saíram dados da UE. Foi possível através desse comité sabermos que as cerca de seis milhões de vacinas que tinham sido dadas em países europeus não tinham acrescentado um sinal de alerta àquilo que já sabíamos da possibilidade de haver miocardites e pericarditas”, acrescentou.