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Cientistas avisam que “O Dia depois de Amanhã” pode tornar-se real

Um novo estudo científico das universidades de Yale e San Diego sugere que os padrões de circulação dos oceanos podem entrar em colapso e levar a que o hemisfério Norte entre em Idade do Gelo daqui a 300 anos.
9 Fevereiro 2017, 12h29

Salas de cinema e baldes de pipocas à parte: o icónico filme de 2004 ‘The Day After Tomorrow’, protagonizado por Dennis Quaid e Jake Gyllenhaal, pode deixar de ser apenas um programa de domingo à tarde. De acordo com um novo estudo científico das universidades de Yale e San Diego, os padrões de circulação dos oceanos podem entrar em colapso e levar a que o hemisfério Norte entre em Idade do Gelo.

O trabalho do departamento de Geologia e Geofísica da Universidade de Yale e do Instituto de Oceanografia Scripps da Universidade de San Diego, intitulado ‘Overlooked possibility of a collapsed Atlantic Meridional Overturning Circulation in warming climate’, indicou que as alterações climáticas que o planeta tem sofrido, como “aumentos dramáticos no dióxido de carbono na atmosfera”, podem provocar o colapso da AMOC (Circulação de Revolvimento Meridional do Atlântico Norte) daqui a 300 anos.

Conforme se constata no estudo, os autores realizaram duas experiências paralelas de duplicação de CO2, verificando-se que a concentração atmosférica de dióxido de carbono duplica instantaneamente, no ano 201, e permanece constante a seguir. “Os dois modelos mostram respostas climáticas semelhantes durante as três primeiras décadas. A força de AMOC reduz e o gelo do Mar Ártico diminui”, pode ler-se.

A interferência na AMOC, que é um sistema que auxilia a circulação das correntes entre a superfície e as diferentes profundidades e entre o Pólo Norte e o Equador, é o foco deste problema climático, segundo a investigação publicada, no início de janeiro, no “Science Advances”.

“Um modelo corrigido em termos de viés coloca a AMOC num regime de estabilidade realística e prevê um futuro colapso da AMOC, com proeminente arrefecimento no norte do Atlântico Norte e áreas vizinhas”, afirmou a responsável por um dos grupos de pesquisa que elaborou o relatório, Wei Liu.

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