O ex-ministro e ex-deputado do PSD estava indiciado pelos crimes de burla qualificada, branqueamento e fraude fiscal qualificada, juntamente com o antigo presidente do BPN e ex-secretário de Estado José de Oliveira e Costa. “Isto que está aqui é uma aberração absoluta. É uma contradição nos termos e é uma aberração”, afirmou em entrevista ao “Diário de Notícias”, pondo fim a oito anos de silêncio.
Na terça-feira, o Ministério Público informou que o inquérito foi arquivado, por não ter sido possível reunir provas que confirmem a prática dos crimes imputados. “Pese embora o facto de não ter sido recolhida prova suficiente subsistem as suspeitas à luz das regras da experiência comum”, indicou o despacho, de acordo com o DN.
“Não se pode ter uma pessoa oito anos com suspeita em cima e depois diz-se: Investiguei-te, de facto não posso acusar-te por este crime, nem por aquele, nem por aquele, mas suspeito que existe”, sublinhou. Para o ex-ministro, o seu caso é reflexo do estado da Justiça portuguesa, a que lança duras críticas, estendo-as à classe política e em especial ao Presidente da República.
“Aquilo que é uma coisa fundamental hoje em dia, a proteção dos direitos fundamentais, passou alheio a todos os Presidentes da República até agora e está a passar alheio a este, até agora. Temos um Presidente que tem opinião sobre tudo menos sobre a questão dos direitos fundamentais do cidadão, o homem é que é o fim da política, isto passa-lhe também ao lado”, criticou.
Ao longo deste processo, destacou a importância do apoio dos amigos e disse ter cortado relações apenas com uma pessoa: Cavaco Silva: “Não lhe falei durante todo o segundo mandato presidencial e quando terminou as funções procurei-o para lhe dizer porque me afastei dele”.
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