Com o mundo mergulhado numa incerteza quanto ao abastecimento de alimentos nos próximos trimestres, dada a importância das exportações ucranianas no mercado mundial, Karina Kuzmak, CEO global da TIMAC Agro, falou ao Jornal Económico (JE) à margem do debate sobre “O conhecimento na agricultura do futuro”, sublinhando o potencial que Portugal tem na inovação alimentar, apesar da sua geografia reduzida.
A guerra na Ucrânia originou graves preocupações com uma possível escassez de alimentos no mundo. Teme esta possibilidade?
Os múltiplos impactos desta guerra já são visíveis, pois alteraram completamente a lógica das coisas. Vários fatores como a subida dos preços das matérias-primas, a tensão em diferentes mercados (energia, fertilizantes), as dificuldades nos aprovisionamentos… são as consequências diretas desta guerra e tudo isto não vai senão reforçar as desigualdades no mundo. Neste quadro, seguramente que todos iremos forçosamente ser afetados, ainda que a níveis diferentes e os países dependentes das exportações ainda mais. Aí reside o maior desafio das questões ligadas à soberania alimentar que hoje está no centro de todas as preocupações.
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