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Docente e Investigador da Universidade da Madeira e do Observatório Oceânico da Madeira em missão oceanográfica

O docente e investigador desenvolve estudos na sua área de especialização, as plantas marinhas microscópicas, o fitoplâncton, tentando caraterizar, em conjunto com os colegas da Universidade de Hamburgo, a base da cadeia trófica naquele importante ecossistema.
7 Outubro 2021, 15h37

Desde 20 de agosto deste ano o docente da Faculdade de Ciências da Vida da Universidade da Madeira (UMa) e investigador do Observatório Oceânico da Madeira/ ARDITI (Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação) Manfred Kaufmann está embarcado no navio de investigação alemão, FS SONNE, a participar na missão oceanográfica SO285.

Com duração prevista de dez semanas e meia, nesta missão vai percorrer cerca de doze mil milhas náuticas, envolvendo uma travessia do Oceano Atlântico de norte para sul e a zona costeira e ao largo da África do Sul e Namíbia, no navio de investigação mais moderno da frota alemã, que entrou em serviço em 2014.

Manfred Kaufmann está a participar nesta missão a convite de colegas da Universidade de Hamburgo, na Alemanha, que estão a desenvolver estudos do plâncton (microrganismos à deriva com as correntes) no sistema de ascensão de águas profundas junto às costas daqueles países, conhecido como ‘Benguela Upwelling System (BUS)’.

Esta missão faz parte do projeto conjunto TRAFFIC, que significa “Trophic transfer efficiency in the Benguela Current”.

O Ministério Federal da Educação e Investigação da Alemanha está a financiar o TRAFFIC com o objetivo de analisar os efeitos das alterações climáticas sobre o ecossistema marinho no Sistema de Ascensão de Benguela ao largo da Namíbia e África do Sul. O BUS está entre as regiões mais produtivas do oceano do mundo, caracterizado por elevadas taxas de rotação de CO2 e de grande relevância para a pesca.

O docente e investigador desenvolve estudos na sua área de especialização, as plantas marinhas microscópicas, o fitoplâncton, tentando caraterizar, em conjunto com os colegas da Universidade de Hamburgo, a base da cadeia trófica naquele importante ecossistema.

Mais precisamente estuda a contribuição de dois grupos de organismos fitoplanctónicos, o primeiro denominado por picofitoplâncton, com dimensões a volta de 1 µm (1 milésimo de milímetro) e o segundo grupo, o nanofitoplâncton, com dimensões entre os 2 a 20 µm.

Para obter amostras destes organismos é usado um equipamento designado CTD/rosette, que permite obter amostras de água a profundidades desejadas. Estas amostras são, de um lado, analisadas diretamente a bordo por um citómetro de fluxo que permite identificar, de forma indireta, vários tipos do picofitoplâncton.

Do outro lado amostras de água são filtradas e os filtros examinados por microscopia de luz polarizada a uma ampliação de 1200 vezes no laboratório MPhytoLab da Universidade da Madeira situada na Estação de Biologia Marinha. Estes trabalhos estão também integrados no projeto Interreg Espaço Atlântico iFADO (Innovation in the Framework of the Atlantic Deep Ocean), do qual a UMa é instituição parceira.

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