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Doing Business Angola: Seguros. “É um tema crítico em Angola” e “há ainda um longo caminho a percorrer”

“As funções do sector segurador são fundamentais para a existência de atividade económica organizada, com perspetivas de futuro e com capacidade de crescimento”, afirmou Carlos Firme, PCE da Fortaleza Seguros, durante o painel “Sectores que Potenciam e Apoiam o Desenvolvimento em Angola”
26 Setembro 2023, 20h49

Carlos Firme, PCE da Fortaleza Seguros, afirmou hoje, durante o painel “Sectores que Potenciam e Apoiam o Desenvolvimento em Angola” da Conferência Doing Business Angola, que a proteção das pessoas “é um tema crítico em Angola”, havendo ainda “um longo caminho a percorrer”.

Veja na íntegra o debate no painel sobre os sectores que potenciam e apoiam o desenvolvimento em Angola na conferência “Doing Business Angola”:

“O sector financeiro, em geral, é uma infraestrutura de suporte vital para qualquer negócio para o desenvolvimento de atividades económicas. O sector segurador faz parte do sistema financeiro, tem um regulador próprio, funciona como um garante dos investimentos, porque garante a proteção das pessoas, que é um tema crítico em Angola. Ter a capacidade de proteger as pessoas na saúde, na vida, nos acidentes de trabalho, é fundamental, porque garante o património”, afirmou o CEO da Fortaleza Seguros durante o painel.

Sobre a importância vital do sector segurador para os negócios, Carlos Firme explica que, “ao garantir o património, estamos a falar da continuidade do negócio”.

“Quem investe, uma das principais preocupações que tem é continuar o negócio. O sector segurador funciona como garante da continuidade do negócio, dando as garantias necessárias e, também, a proteção das responsabilidades. Tudo aquilo que é produzido, os produtos, os serviços, a atividade, que pode ter riscos associados, pode causar danos, e precisa de ser protegido”, afirmou.

Nas palavras do executivo, “as funções do sector segurador são fundamentais para a existência de atividade económica organizada, com perspetivas de futuro e com capacidade de crescimento”.

Em Angola, o sector é “regulado, com regulador autónomo e bastante atuante”, explica.

Levantando a questão “qual é o ponto de partida em Angola no sector?”, Carlos Firme afirma, recorrendo a uma das métricas normalmente usadas – a taxa de incidência dos seguros na atividade económica – que ainda “há um longo caminho a percorrer”.

Segundo o CEO da Fortaleza Seguros, nas economias desenvolvidas esta taxa encontra-se entre os 12 e 15% “em termos do que é o peso dos seguros do PIB”.

“Nos países mais desenvolvidos de África, como África do Sul, andará na casa dos 7%. E em Angola é 0,7%, um dos mais baixos do mundo”, detalhou.

“Há a um longo caminho a correr, que não está dissociado da própria evolução económica e da maior capacidade das famílias em ter possibilidade de aceder aos seguro, em particular o seguro de saúde”, explicou Carlos Firme.

Por sua vez, no mesmo painel, mas a propósito das telecomunicações em Angola, Miguel Geraldes, PCE da Unitel, afirmou hoje que a infraestrutura do grupo no país é “é única”, “só comparável às estruturas da África do Sul”.

“A nossa fibra ótica cobre 14 mil quilómetros, atravessa todas as estradas, de alto nível mundial. Não perde em comparação com Portugal ou outros países. Não é comum na região. Isso dá uma base de infraestrutura para o país que é relevante”, explicou, recordando o lançamento da rede 5G no passado no país.

“Em base de telecomunicações, conseguimos entregar ao país o que é expectável”, sublinhou, admitindo que “a evolução dos preços nos últimos anos foi dramático para o desafio [da empresa], porque criou uma elasticidade na utilização da rede”, explicou.

Em números, o crescimento da rede de “utilização de dados está a duplicar ao ano quando, em média, duplica em 18 meses”,

Além de factores como a população jovem e a acessibilidade ao serviço, Miguel Geraldes destaca ainda o “aumento concorrencial no mercado”.

“Em 2022, o número de subscritores em Angola, graças a um segundo operador, cresceu cerca de quatro milhões [novos subscritores], com alguns duplicados”, detalhou.

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