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É seguro comer Nutella? A Ferrero assegura que sim

A empresa italiana defende que o óleo de palma usado para confecionar o creme é refinado a menos de 200º, o que limita a presença de contaminantes cancerígenos e genotóxicos.
13 Janeiro 2017, 13h45

O creme de avelãs Nutella tem estado envolvido em polémica por incluir um ingrediente potencialmente cancerígeno, o óleo de palma refinado. No entanto, a Ferrero, empresa italiana detentora da marca, refuta as acusações e afirma que utiliza óleo de palma refinado a menos de 200º para diminuir os riscos para a saúde.

Em causa está uma recomendação da Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA na sigla em inglês), presente num estudo publicado em maio do ano passado, que alerta para os riscos de contaminantes como o glicidol, ou GE, que são libertados durante a refinação a mais de 200º do óleo de palma e que têm potencial cancerígeno e genotóxico.

“O óleo de palma usado pela Ferrero é seguro porque vem de frutas espremidas na hora e é processado a temperaturas controladas”, afirmou o porta-voz da empresa, Vincenzo Tapella, citado pela agência Reuters. Efetivamente, o estudo da EFSA refere o risco cancerígeno do óleo de palma refinado a mais de 200º, sem que seja feita referência aos efeitos no caso de óleo de palma a temperaturas mais baixas.

O processo demora mais tempo e é 20% mais caro do que refinar o óleo de palma a mais de 200º, mas a empresa garante que o faz para controlar os níveis de contaminantes. “A saúde e a segurança dos consumidores é uma prioridade máxima e absoluta para a Ferrero e confirmamos que os produtos Ferrero são seguros,” explicou a empresa em comunicado.

“Por este motivo, a Ferrero seleciona cuidadosamente a qualidade das matérias-primas e aplica processos industriais específicos que limitam a sua presença a níveis mínimos, totalmente alinhados com os parâmetros definidos pela EFSA. Além do mais, as nossas equipas de qualidade monitorizam constantemente estes fatores e garantem a segurança alimentar dos nossos produtos para o consumidor”.

Independentemente dos riscos, a realidade é que as vendas de Nutella caíram 3% em Itália nos 12 meses até agosto do ano passado, uma situação que a empresa acredita estar parcialmente relacionada com produtos da concorrência que são apresentados como não tendo óleo de palma, avança a Reuters.

Por outro lado, as vendas voltaram a subir (4%) desde que a empresa apostou na publicidade para esclarecer o caso. Apesar de a Ferrero se ter tornado uma voz ativa no caso, há outras marcas que utilizam óleo de palma refinado. Chocolates, snacks e margarinas da Unilever e da Nestlé são disso exemplo.

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