O Produto Interno Bruto (PIB) de Hong Kong registou no primeiro trimestre uma contração de 8,9%, um recorde, devido ao impacto que a pandemia de covid-19 teve numa economia já fragilizada por uma crise política.
“É o maior recuo desde o período inicial de referência, o primeiro trimestre de 1974”, anunciou o executivo de Hong Kong em comunicado.
A economia da ex-colónia britânica já tinha registado em 2019 a sua primeira contração em uma década (-1,2%) devido à guerra económica entre Pequim e Washington e meses de contestação pró-democracia no território.
Mas esse impacto foi muito menor do que o da pandemia de covid-19, responsável por um recuo de 8,9% do PIB no primeiro trimestre.
O desempenho da economia foi pior do que o registado no terceiro trimestre de 1998 (-8,3%), durante a crise financeira asiática, ou do que o do primeiro trimestre de 2009 (-7,8%), durante a crise financeira mundial.
Este foi o terceiro trimestre consecutivo de contração da economia de Hong Kong, a pior série desde 2009.
Os resultados, que são piores do que o esperado, foram divulgados numa altura em que Hong Kong regista sucessos na luta contra a pandemia.
Apesar da sua grande proximidade com a China continental, o território registou apenas cerca de mil casos e seis mortes devido à covid-19. Nas duas últimas semanas, houve oito dias sem novos casos e as autoridades vão começar a levantar gradualmente algumas restrições impostas para impedir a propagação da doença.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 247 mil mortos e infetou mais de 3,5 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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