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PIB: Economia nacional terá expandido 1,7% no primeiro trimestre, com contributo da procura interna

O Instituto Nacional de Estatística divulga esta quarta-feira a estimativa rápida. Em cadeia, a estimativa média aponta para 0,5%, num intervalo de previsões entre 0,3% e 0,7%. A confirmar-se as previsões é um ligeiro acelerar face ao último trimestre do ano passado.
14 Maio 2019, 07h49

O Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal terá crescido 1,7%, em termos homólogos, no primeiro trimestre do ano, segundo a estimativa média dos economistas consultados pelo Jornal Económico. O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta quarta-feira a estimativa rápida do desempenho da economia nacional, e os economistas destacam a contribuição do investimento e do consumo privado.

Em cadeia, ou seja, face ao último trimestre, a estimativa média é de uma expansão de 0,5%, num intervalo de previsões entre 0,3% e 0,7%, e a confirmar-se representa um ligeiro acelerar face aos 0,4% registados no último trimestre de 2018.

“O crescimento do primeiro trimestre parece ter sido um pouco mais forte do que no segundo semestre do ano passado, aparentemente com uma melhoria no investimento e também nas exportações”, antecipa Jorge Borges de Assunção, economista do Católica Lisbon Forecasting Lab ao Jornal Económico.

Os economistas da Católica Lisbon Forecasting Lab e do ISEG estimam um crescimento homólogo de 1,9%, enquanto o BPI projeta 1,7% e o Millennium BCP 1,6%. Já em cadeia, as duas primeiras instituições antecipam uma expansão de 0,7%, o BPI 0,5%, o Millennium BCP 0,4% e o BBVA 0,3%.

“Esperamos que a procura interna se tenha mantido robusta, em particular o consumo privado, mas também o investimento”, refere Paula Carvalho, economista-chefe do BPI ao Jornal Económico. “A procura externa líquida gerou possivelmente um contributo negativo para o PIB, traduzindo um crescimento mais forte das importações do que das exportações”, acrescenta.

A economista-chefe do BPI antecipa ainda que “as exportações deverão ter mantido bom desempenho sobretudo atendendo à desaceleração notória das economias externas” e que “as importações que mais têm aumentado são maquinaria e bens intermédios, pelo que mais tarde se deverá repercutir em investimento e produção adicional”.

Perspetivas de moderação para o resto do ano 

A confirmar-se a estimativa, Portugal regista um crescimento em cadeia superior ao da zona euro no primeiro trimestre deste ano. Segundo a estimativa rápida do Eurostat, publicada a 30 de abril, a economia da zona euro acelerou no primeiro trimestre do ano em cadeia 0,4% e para 1,2% em termos homólogos.

“O abrandamento mais acentuado do que o esperado da economia alemã, no primeiro trimestre de 2019, terá tido efeito nos seus principais parceiros económicos. Assim, o contributo da procura externa deverá ter sido menor do que o inicialmente previsto”, explica Mário Carvalho Fernandes, diretor de investimentos do Banco Carregosa ao Jornal Económico. “Esta é uma tendência que tem sido transversal à generalidade das economias europeias, que em parte também é reflexo do crescimento do consumo interno e consequente deterioração da balança comercial”.

Este ano o Governo vê a economia nacional a crescer 1,9%, depois de ter revisto a meta de 2,2% no Programa de Estabilidade e Crescimento, enviado para Bruxelas a 15 de abril. Ainda assim, as estimativas do Executivo continuam acima das projeções das instituições internacionais e nacionais. A Comissão Europeia e o Banco de Portugal estimam uma expansão de 1,7% este ano, ligeiramente acima dos 1,6% previstos pelo Conselho de Finanças Públicas. Apenas a OCDE mantém as previsões acima do Ministério das Finanças, com uma estimativa de 2,1%.

“O resto do ano mantém-se envolto em grande incerteza. Mas um bom primeiro trimestre, bem como a perspetiva de crescimento tendencial permite que o ponto central da nossa previsão de crescimento seja de 2,1%”, refere Jorge Borges de Assunção, da Católica Lisbon Forecasting Lab.

Já a equipa do BPI mostra-se mais pessimista e aponta para uma “moderação do crescimento” que se traduz numa expansão de 1,8%.

José Brandão de Brito, economista-chefe do Millennium BCP, assinala na nota de research da instituição que nos restantes trimestres do ano “o consumo privado deverá abrandar refletindo a desaceleração do emprego, os baixos níveis de poupança e a dissipação do otimismo das famílias”.

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