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Economia terá expandido 2,2% no 3º trimestre, com procura externa a provocar abrandamento

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga os números do PIB esta quarta-feira às 11 horas, e a confirmar-se a previsão, será uma ligeira desaceleração face à expansão homóloga de 2,3% no trimestre anterior. Em cadeia, ou seja, face ao segundo trimestre, a estimativa média aponta para os 0,5%.
  • Aly Song/Reuters
13 Novembro 2018, 19h53

O Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal terá crescido 2,2%, em termos homólogos, no terceiro trimestre do ano, segundo a estimativa média dos economistas consultados pelo Jornal Económico. O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga os números esta quarta-feira e, a confirmar-se a previsão, será uma ligeira desaceleração face à expansão homóloga de 2,3% no trimestre anterior, causada pelo cenário menos positivo ao nível externo.

“O PIB português deverá registar um abrandamento no terceiro trimestre, refletindo uma envolvente externa menos dinâmica, bem como efeitos de base desfavoráveis”, referiu José Maria Brandão de Brito, economista-chefe do Millennium bcp.

“Face ao trimestre homólogo de 2017, o crescimento da economia portuguesa deverá ressentir-se da quebra acentuada do contributo da
acumulação de existências, a qual resulta de efeitos de base muito desfavoráveis”, explicou, adiantando que o “contributo do consumo privado, do investimento fixo e das exportações deverá ter-se mantido robusto.”

João Duque, presidente do ISEG, salientou que “a procura externa poderá estar a ceder sem alterações sensíveis ao nível da interna” Das cinco instituições consultadas pelo JE, o Millennium tem a estimativa mais pessimista, prevendo uma expansão de 2% entre julho e setembro, enquanto o ISEG antecipa um crescimento de 2,1%.

O BPI espera que o PIB cresça 2,2%, enquanto a Caixa Económica Montepio Geral e o Núcleo de Estudos de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica estimam uma expansão de 2,4%.

“Este crescimento trimestral mantém a recuperação da economia portuguesa a um ritmo moderado desde 2013, com algumas oscilações pontuais como foi o caso do primeiro trimestre”, referiu o NECEP. “Os dados de alta frequência sugerem que o investimento poderá recuperar de forma mais expressiva no terceiro trimestre, com o consumo privado a ter um crescimento semelhante ao do PIB”.

Em cadeia, ou seja, em relação ao segundo trimestre, a estimativa média de quatro economistas aponta para um crescimento de perto de 0,5%, num intervalo de previsões entre 0,2% e 0,6%.

“Como o consumo tem vindo a crescer acima do PIB (numa situação de taxas de poupança das famílias muito baixas), o investimento fixo
apresenta já elevados ritmos de expansão e os principais mercados de exportação de Portugal (Europa) estão a desacelerar afigura-se como perfeitamente possível que a tendência de abrandamento da economia portuguesa se estenda ao próximo trimestre” afirmou Brandão de Brito, que prevê um crescimento económico de 2% para o conjunto do ano.

A estimativa média dos analistas para a expansão do PIB português coincide com a do Governo, a do Fundo Monetário Internacional e a do Banco de Portugal: 2,3%.

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