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Economistas do Goldman Sachs preocupados com Donald Trump

Ambiente político nos EUA nunca esteve tão polarizado como agora, referem os economistas do Goldman Sachs em comunicado. “O equilíbrio dos riscos é relativamente menos positivo”, dizem.
6 Fevereiro 2017, 13h22

Duas semanas de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos e as incertezas (e cuidados) continuam. Desta vez foram os economistas do grupo Goldman Sachs Inc. a mostrarem os seus receios através de um comunicado.

“No período pós-eleições, a mudança positiva no sentimento dos investidores, das empresas e dos consumidores deu a entender que a probabilidade haver cortes nos impostos e regulação mais eficiente era maior do que a probabilidade de se colocarem restrições significativas ao comércio e à imigração”, escreveu o grupo liderado por Alec Phillips.

Numa nota publicada na semana passada, citada pela Bloomberg, os responsáveis referiram que, avaliando o primeiro mês do ano, “o equilíbrio dos riscos é relativamente menos positivo [ao período antes da tomada de posse]”.

Na pespetiva de Alec Phillips, existem três motivos principais para o atual discurso mais cauteloso: os obstáculos ao Obamacare são um sinónimo daquilo que ainda está por vir, a polarização partidária é cada vez maior e existe uma possibilidade efetiva de uma ruptura do mercado.

Os esforços do Partido Republicano no que diz respeito à substituição do Affordable Care Act podem significar que este cenário se trata de uma norma e não de uma expeção, de acordo com os economistas.

“A recente dificuldade que os republicanos no Congresso têm tido em avançar na revogação do Obamacare não são um bom presságio para chegar a um acordo rápido sobre a reforma tributária ou o financiamento de infraestruturas, e reforça nossa ideia de que um estímulo orçamental, se acontecer, é basicamente uma história para 2018”, afirmou Alec Phillips.

Na mesma nota, o dirigente da Goldman Sachs indica ainda que, embora a cooperação bipartidária tivesse parecido possível em determinadas questões no pós-eleição, o “ambiente político parece estar tão polarizado como nunca, sugerindo que muitas questões que exigem apoio bipartidário são susceptíveis de enfrentar grandes obstáculos”.

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