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Edenred lança programa de apoio e distribui 200 mil euros por restaurantes em Portugal

Atenta à situação da restauração nos mais de 40 países em que atua, a Edenred quer mostrar o seu apoio aos seus parceiros que atravessam maior stress financeiro ao distribuir injeções de liquidez diretas aos empresários, isto através de um cartão de fidelidade que ainda lhes dará descontos e oportunidades de negócio exclusivas.
  • Mauro Borochovicius, diretor executivo da Edenred
19 Novembro 2020, 17h30

A Edenred, multinacional presente em Portugal que atua no ramo das soluções de pagamento e serviços pré-pagos para empresas e colaboradores, lançou duas iniciativas de apoio ao setor da restauração, hotelaria e cafés (HORECA), numa altura em que estas atividades reivindicam ajudas para enfrentar o impacto fortíssimo que têm gerado as restrições fruto da pandemia.

Um dos mecanismos de apoio consiste na atribuição de 200 mil euros aos parceiros da empresa neste ramo, para ajudar a combater os problemas de tesouraria que estes empresários têm sentido. Além disto, a Edenred criou também um programa de benefícios para os restaurantes, o Euroticket+, que fornece descontos imediatos e exclusivos, campanhas promocionais em grandes marcas e outras oportunidades e benefícios.

Financiado pelo fundo “More Than Ever”, que foi capitalizado através da redução de dividendos a distribuir pela empresa e pela redução da remuneração de alguns membros do conselho executivo da empresa, o programa de atribuição dos 200 mil euros em Portugal faz parte de um envelope a nível global de 15 milhões de euros distribuídos pelos 40 países em que opera a companhia.

“A grande vertente deste fundo é ajudar os nossos maiores parceiros, os restaurantes, que continuam a ser significativamente afetados por esta pandemia, com quebras muito importantes na faturação, sendo que alguns chegam mesmo a fechar”, diz Mauro Borochovicius, o diretor executivo da empresa em Portugal, que explica que os colaboradores sob maior stress financeiro são identificados através de critérios “muito específicos para cada país”.

Em Portugal, a expetativa é que o número de estabelecimentos que cumpram estes critérios seja de 5500, aponta o diretor executivo da Edenred, e o objetivo é um apoio direto, “não através de moratórias, nem vantagens ou descontos, mas sim dinheiro para injetar e ajudar a tratar da tesouraria”, continua.

O veículo através do qual estes empresários receberão esta injeção é precisamente o cartão Euroticket+, o outro programa da empresa. Além deste reforço de tesouraria, o cartão permite usufruir de descontos, por exemplo, no abastecimento de gasolina, como aconteceu já no segundo trimestre num acordo com outro dos parceiros da Edenred, a Makro.

Estes programas pretendem criar sinergias entre os vários intervenientes em todo o processo, tanto os fornecedores, como os restaurantes, como ainda a própria Edenred, cuja faturação este ano irá, obviamente, ser afetada por estas disrupções. Ainda assim, Mauro Borochovicius não se mostra muito preocupado com a situação, antevendo que seja meramente conjuntural.

Contudo, uma das exposições da empresa, e talvez ainda mais significativa do que a quebra na restauração e similares, é a diminuição de receita que traz o aumento da taxa de desemprego. Ao gerir os canais através dos quais as empresas pagam benefícios sociais aos seus colaboradores, a Edenred é impactada por estas variações no nível de emprego.

“Do ponto de vista do nosso negócio, não estamos imunes à conjuntura. Quanto mais a taxa de desemprego desce, mais trabalhadores estão empregados e recebem benefício social. Como temos uma parte de mercado muito importante, tem um impacto direto e positivo na nossa atividade”, elucida o diretor da empresa em Portugal, que acrescenta que o inverso também é verdade. “O aumento da taxa de desemprego e do layoff tem impacto”, resume.

Este aspeto é uma das implicações do caráter social da atividade da Edenred, que, para Borochovicius, tem muito mais vantagens do que desvantagens. Exemplo disso são as “infinitas oportunidades” na criação de redes específicas, como demonstra o caso dos vales-férias na Grécia ou os códigos para os estudantes ingleses poderem assegurar a sua alimentação durante o confinamento, ambas medidas dos governos locais que foram materializadas pela empresa.

Mas os bons exemplos chegam a Portugal. Na Amadora, a Câmara Municipal juntou-se à Edenred para criar uma rede que providenciasse aos cidadãos mais necessitados uma forma de adquirir bens de primeira necessidade e mais autarquias lhe seguiram. Também os vales creche são geridos pela empresa, que assegura ainda a certificação dos estabelecimentos parceiros, de forma a assegurar que constituem de facto um benefício social.

Quanto à possível expansão do programa, nomeadamente da sua dotação, Mauro Borochovicius não se compromete com nenhum cenário, mas garante que a empresa continuará a trabalhar com afinco e criatividade para, independentemente da ajuda financeira que possa dar aos seus parceiros, os ajudar com “alavancas e oportunidades de negócio”.

“Depende da extensão da pandemia, do impacto na restauração (…) e também da situação dos outros países, porque Portugal está incluído noutro envelope de mais de 40 países, alguns com situações muito mais críticas do que Portugal”, esclarece o diretor. “Mas pode voltar a acontecer. Estamos atentos à situação aqui”, garante.

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