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EDP, Galp, REN e Martifer unidas em projeto de hidrogénio verde em Sines

A estas empresas nacionais junta-se a gigante mundial dinamarquesa da energia eólica, a Vestas, e vários outros parceiros europeus. Numa primeira fase, vai ser lançado um projeto-piloto de 10 megawatts de eletrólise que ao longo da próxima década deverá evoluir para 1 gigawatt de capacidade de eletrólise na cidade portuária do distrito de Setúbal.
  • Nasa – Unsplash
27 Julho 2020, 19h49

A EDP, Galp, Martifer, REN e Vestas juntaram-se para avaliar a criação de um cluster industrial de hidrogénio verde em Sines. O projeto apresentado por este consórcio cumpre assim os requisitos necessários para poder integrar uma candidatura de Portugal, a ser apresentada em Bruxelas, aos fundos europeus.

Estas empresas, em conjunto com diversos parceiros europeus, propõem-se a avaliar a viabilidade do projeto H2Sines, que ” visa implementar um cluster industrial de produção de hidrogénio verde com base em Sines”, segundo comunicado divulgado hoje pela EDP.

Este projeto “compreende uma importante dimensão internacional, tanto pela vocação exportadora do projeto, como pela mobilização de parceiros com vasta experiência na cadeia de valor do hidrogénio”.

No comunicado a elétrica garante que, para garantir o equilíbrio financeiro do projeto, este deverá “desenvolver-se de forma progressiva, procurando otimizar a adequação dos volumes de produção de hidrogénio e do respetivo consumo, bem como a competitividade dos custos das tecnologias envolvidas”.

Numa primeira fase, vai ser lançado um projeto-piloto de 10 megawatts de eletrólise que ao longo da próxima década deverá evoluir para 1 gigawatt de capacidade de eletrólise “visando a prazo a instalação de cerca de 1,5GW de capacidade de geração de energia elétrica renovável para alimentação dos eletrolisadores”.

Além da produção de hidrogénio verde, este projeto também prevê a criação de uma  “componente industrial de produção de equipamentos de valor acrescentado para projetos de hidrogénio e o desenvolvimento de um cluster de investigação, desenvolvimento e inovação de referência internacional, com o apoio de mais de 20 empresas, institutos e universidades nacionais”.

O consórcio também destaca que a “a entrada de parceiros adicionais encontra-se suportada em várias demonstrações de interesse de empresas de dimensão internacional do sector energético, bem como de produtores de tecnologia para a cadeia de valor do hidrogénio. A vertente de colaboração tecnológica é essencial para a melhoria da competitividade do projeto, que se encontra ainda numa fase preliminar, imprescindível para a avaliação das respetivas condições de enquadramento e viabilização custo-eficiente em mercado”.

O Governo anunciou hoje que escolheu 37 projetos de hidrogénio do total de 74 para integrarem a candidatura portuguesa aos fundos europeus no âmbito do programa Important Project of Common European Interest (IPCEI). Estes 37 projetos representam um investimento na ordem dos 9 mil milhões de euros.

Já as  propostas que não passaram à fase seguinte continuam a ser uma “mais valia na cadeia de valor”, segundo o ministério do Ambiente que avança que continuam a poder candidatar-se ao aviso do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), no valor de 40 milhões de euros, assim como a outras fontes de financiamento setoriais e disponíveis no âmbito do Portugal 2020 e, ainda, a fontes europeias, como por exemplo, o programa Horizon Europe.

A central prevista para Sines tem como objetivo produzir hidrogénio verde, a partir de energia renovável, para depois ser transportado em estado gasoso via navio para o norte da Europa e ser vendido na Alemanha e Holanda.

O gás será depois usado nos processos de produção de refinarias, cimenteiras, indústrias de aço, farmacêuticas ou fertilizantes. Atualmente, estas indústrias já usam hidrogénio, mas nos próximos anos a procura pela versão verde deverá aumentar para evitar a penalização das empresas devido à poluição.

O hidrogénio é produzido através de um eletrolisador, num processo químico conhecido por eletrólise, mas tem de ser alimentado a energias renováveis para que o processo seja considerado verde.

 

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