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EDP, NOS, Galp, CTT e BCP arrastam Lisboa para perdas. Europa em queda

“O corte das estimativas de crescimento económico para 2022 de 4% para 2,5%, por parte do governo francês e a revelação de que a inflação em Espanha, a quarta maior economia da zona euro, terá atingido um novo recorde em junho foram fatores adicionais de pressão para o mercado europeu”, refere o analista do BCP.
29 Junho 2022, 16h38

O PSI caiu 0,66% para 6.131,79 pontos numa sessão em que as bolsas europeias foram penalizadas pelos medos da inflação e desaceleração económica.

A EDP tombou 2,09% para 4,54 euros; a NOS recuou 2,47% para 3,91 euros; a Galp perdeu 1,91% para 11,57 euros; os CTT também em queda de 1,57% para 3,13 euros; o BCP deslizou 1,45% para 0,1701 euros; a EDP Renováveis caiu 1,31% para 22,63 euros; e a Mota-Engil fechou a cair 1,57% para 1,250 euros. Estas ações foram as que mais se destacaram nas quedas. A subir o destaque vai para a Jerónimo Martins que fechou nos 20,88 euros, a subir 2,65%. Dos seis títulos em alta, o outro destaque é a Semapa, que valorizou 1,62% para 13,76 euros.

“As bolsas europeias encerram em baixa, à medida que os investidores monitorizam as perspetivas económicas e as políticas monetárias dos Bancos Centrais”, refere a análise de Ramiro Loureiro, analista do BCP.

O EuroStoxx 50 caiu 0,99% para 3.514,3 pontos; o Stoxx 600 perdeu 0,68%.

Londres (FTSE100) caiu 0,15% para 7.312,3 pontos; o CAC 40 recuou 0,90% para 6.031,5 pontos; o DAX desceu 1,73% para 13.003,3 pontos; o FTSE MIB perdeu 1,21% para 21.833,5 pontos; o IBEX fechou a cair 1,56% para 8.188 pontos. Só a Dinamarca e a Suíça fecharam no verde.

O analista do BCP destaca o “corte das estimativas de crescimento económico para 2022 de 4% para 2,5%, por parte do governo francês e a revelação de que a inflação em Espanha, a quarta maior economia da zona euro, terá atingido um novo recorde em junho foram fatores adicionais de pressão para o mercado europeu”.

Espanha foi o primeiro país da zona euro a divulgar os números do Índice dos Preços do Consumidor de junho. A  inflação do país vizinho disparou para 10,2% em junho, bem acima do estimado pelos economistas (9,2%) e do registado em maio (8,7%).  O núcleo de inflação, que não leva em consideração os produtos mais voláteis, como combustíveis ou alimentos, já está em 5,5%, após subir seis décimos este mês.

“A divulgação de que a inflação na Alemanha terá mesmo demonstrado uma contração em termos sequências no mês de junho, acabou por mitigar parte dos receios de uma inflação superior ao esperado na zona euro”, acrescenta o analista da MTrader.

“As perdas foram transversais a quase todos os setores, com o de Health Care a ser a exceção. No seio empresarial destaque para o tombo da Just Eat Takeaway, depois de uma casa de investimento ter iniciado a cobertura com uma recomendação de venda e ter afirmado que a empresa precisará de mais financiamento, mesmo depois da venda da Grubhub”, destaca o analista.

Nas empresas salienta-se ainda o BBVA (-2,08%) que reiterou os objetivos para 2024 e vai completar a recompra de ações.

O banco espanhol confirmou que executará a parcela final do programa de recompra de ações a partir de 1 de julho, no valor de até mil milhões de euros, um programa que representa um total de 3,5 mil milhões investidos, representativos de 10% do seu capital social.

O BBVA confirmou também que a partir de 1 de janeiro de 2022 integrou um novo tipo de contabilidade, ajustado para economias que sofrem de hiperinflação, como o caso da Turquia, uma vez que o banco espanhol detém 86% do Garanti, banco turco.

As mudanças serão refletidas nos resultados do 2.ºtrimestre do Grupo, esperando-se um impacto positivo no rácio de capital CET1 em cerca de +19 pontos base.

No entanto, o banco espera um impacto negativo de cerca de 324 milhões de euros no resultado líquido do 2.ºtrimestre.

Em termos macroeconómicos, a Comissão Europeia revelou que em junho de 2022, o Indicador de Sentimento Económico (ISE, ajustado de sazonalidade) para Portugal registou um valor de 106,5 pontos, o que compara com o valor de 107,3 pontos verificado em maio de 2022. Para a evolução negativa contribuíram os sectores dos Serviços (de 23,1 para 22,3 pontos), Construção (de -3,6 para -8,0), Comércio a Retalho (de 4,5 para 3,2), ao contrário da Indústria (de -3,7 para -3,2). Para o mesmo período, o Indicador de Confiança dos Consumidores diminuiu de -29,7 para -32,2.

No mesmo mês, o ISE registou uma diminuição de 1,7 pontos na União Europeia (de 104,2 pontos em maio de 2022 para 102,5 pontos em junho de 2022), enquanto a zona euro apresentou uma diminuição de 1,0 pontos (de 105,0 pontos em maio de 2022 para 104,0 pontos em junho de 2022).

Destaque ainda para a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, que disse hoje em Sintra acreditar que não se irá voltar aos níveis de inflação baixa que têm marcado os últimos anos.

O euro cai 0,59% para 1,0457 dólares.

O conflito geopolítico continua numa escalada com a NATO a subir o confronto com a Rússia e a um passo de incluir a China nos inimigos.

Isto num dia em que a Síria reconheceu a independência das autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, dando um novo aval político à Rússia. Segundo a Lusa, a NATO declarou esta quarta-feira a Rússia como a principal ameaça à segurança euro-atlântica e incluiu as preocupações com a China no seu novo conceito estratégico, aprovado na cimeira de Madrid.

O petróleo Brent sobe 0,07% para 118,06 dólares.

No mercado secundário de dívida pública, a Alemanha tem os juros a 10 anos a caírem 10,75 pontos base para 1,52%. Também Portugal vê os juros recuarem 12,82 pontos base para 2,57%; Espanha idem com os juros em queda de 13,36 pontos base para 2,58%; e Itália vê os juros baixarem 15,97 pontos base para 3,39%.

O Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE) irá avaliar o novo instrumento anti-fragmentação, que está a ser desenvolvido, na próxima reunião de julho, informou hoje a presidente da instituição, Christine Lagarde.

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