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Reino Unido: May aproveita vantagem nas sondagens e antecipa eleições para 8 de junho

Primeira-ministra britânica diz que eleições gerais vão permitir eleger um governo forte, com um mandato claro para negociar saída do Reino Unido da União Europeia. Sondagem dá vantagem de 21 pontos percentuais aos conservadores, face ao Partido Trabalhista liderado por Jeremy Corbyn.
  • Reuters
18 Abril 2017, 11h08

A primeira ministra britânica, Theresa May, acaba de anunciar a realização de eleições gerais no Reino Unido no dia 8 de junho. Numa comunicação oficial ao país, que está a decorrer em Downing Street, a governante justifica a decisão dizendo que chegou a primeira-ministra numa altura em que o país atravessava uma fase de instabilidade, mas que já não é o caso. E pediu um mandato claro para conduzir as negociações com a União Europeia sobre o Brexit, dando a entender que apenas a eleição de um governo “forte” permitirá evitar o temido cenário de um “hard brexit”, isto é, uma saída da União sem um acordo que assegure os interesses comerciais do Reino Unido.

Na sua intervenção, transmitida pela BBC, Theresa May defendeu que o resultado do referendo que determinou a saída do Reino Unido da União Europeia, de 23 de junho, já está consolidado, que o artigo 50 do Tratado de Lisboa foi acionado e que não haverá meia volta no tema do Brexit. E defendeu que é necessário realizar eleições antes do arranque das negociações, que deverão ser duras, com os parceiros europeus.

Esta será a primeira vez que May irá a votos, após ter sucedido a David Cameron na liderança dos tories e do governo britânico. Este é o primeiro ato eleitoral a que se submete e promete uma “liderança forte”. Segundo o “Financial Times”, a primeira-ministra terá decidido antecipar as eleições após ter sido aconselhada nesse sentido por alguns ‘barões’ do Partido Conservador, como Sir Lynton Crosby, o estratega da campanha das eleições de 2015. Uma sondagem divulgada no passado fim de semana dava uma vantagem de 21 pontos percentuais aos tories, face aos trabalhistas. Uma vantagem que, nota o “Financial Times”, permitiria aos conservadores aumentar a sua maioria relativa na Câmara dos Comuns, que atualmente é de apenas 17 assentos.

O governante britânica tem um plano para o Brexit que permita ao Reino Unido ganhar controlo das fronteiras e leis. “Esta é a abordagem correta”, diz a primeira-ministra. No entanto, há partidos que se opõe e tem de haver união em Westminster, continuou, referindo-se ao Partido Trabalhista que ameaçou votar contra o acordo final de saída do Reino Unido da UE.

No início desta terça-feira, antes das declarações da chefe de governo, a libra esteve a cair 0,4% durante a sessão para 1,2519 dólares, mas inverteu entretanto a tendência negativa e já valoriza 0,18% para os 1,2588 dólares.

Reações ao discurso de May

A primeira ministra da Escócia escreveu no Twitter que, após este anúncio da próxima ida às urnas, o Partido Conservador vê uma oportunidade para evitar que o Reino Unido sofra um hard Brexit e que aplique mais cortes. Nicola Sturgeon tem acompanhado o tema de perto, uma vez que já obteve autorização do Parlamento escocês para pedir a Londres a realização de um novo referendo sobre a independência.

O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, usou também as redes sociais para mostrar a intenção do partido em “oferecer ao país uma alternativa eficaz a um governo que falhou em reconstruir a economia”. O deputado britânico frisou que congratula a decisão da primeira ministra de avançar com as eleições e que está ansioso por mostrar como a oposição será capaz de lutar pelos cidadãos do Reino Unido.

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