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Ramiro Sequeira: “Estou de saída? Que eu saiba, não”

O atual COO, que serviu como CEO interinamente, considera que a TAP não tem falta de tripulantes. Diz que a alternativa ao plano de reestruturação que ajudou a esboçar seria o fecho da companhia aérea. Lacerda Sales é o novo presidente da CPI. Recorde a audição minuto a minuto.
  • Miguel A. Lopes/Lusa
10 Maio 2023, 17h20

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21h41 Se só agora se juntou…

Temos estado a acompanhar a audição de Ramiro Sequeira, que serviu enquanto CEO interino durante a renacionalização da TAP. O atual COO da companhia aérea foi ouvido pelos deputados até há poucos minutos. Recorde os principais pontos desta audição:

  • Esta foi a primeira reunião da comissão parlamentar de inquérito presidida por António Lacerda Sales, que sucede a Jorge Seguro Sanches, que se demitiu da presidência da CPI ao início desta tarde;
  • Ramiro Sequeira diz que sem um plano de reestruturação, a alternativa para a TAP “seria o fecho”;
  • O COO acredita que a empresa não tem falta de tripulantes e que os problemas de recrutamento são transversais ao sector da aviação civil – diz que não é só a TAP a cancelar voos para o verão;
  • O administrador acionou o seguro directors & officer’s para cobrir os custos jurídicos de preparação para esta audição. Fez-se acompanhar por dois advogados, sendo um deles a diretora jurídica da TAP;
  • Novo presidente executivo da TAP, Luís Rodrigues, colocou hipótese de reestruturação dentro da Comissão Executiva, mas Sequeira diz que não está de saída. Pelo menos, “que saiba”;
  • Não tinha conhecimento da saída ou da indemnização de Alexandra Reis, assegura;
  • TAP divulgou resultados trimestrais durante audição: regista prejuízos de 57,4 milhões de euros nos primeiros três meses, ainda assim um valor melhor do que o mesmo período em 2022 ou 2019.

21h30 TAP é ouvida sobre novo aeroporto “quando é solicitada”

Já na ronda final, onde só participou a IL, o COO aborda a passagem da manutenção da White para a Portugália. Diz Ramiro Sequeira que esta decisão partiu do acionista privado, por questões de eficiência.

Sobre a localização do novo aeroporto, o ex-CEO diz que a empresa não teve reuniões “recentemente” com o Governo, mas que participou no passado em vários “comissões” criadas para esse fim, onde estão outros agentes. “A TAP é representada quando é solicitada”, esclarece, dizendo que à companhia aérea são colocadas questões sobre aspetos operacionais: pistas, mangas, etc. “Dissemos o que melhor serviria”, sublinha.

21h11 Terminou audição a Ramiro Sequeira

Terminou agora a audição ao ex-CEO e atual COO da TAP.

António Lacerda Sales, que presidiu pela primeira vez a esta comissão de inquérito, termina os trabalhos a pedir uma reunião urgente com a mesa e os coordenadores, para articular “um conjunto de procedimentos” dos quais se quer inteirar, agora que presidirá à CPI.

21h02 COO ainda não viu resultados trimestrais

Ramiro Sequeira não quis comentar os resultados trimestrais da TAP, que foram divulgados na Comissão dos Mercados e Valores Mobiliários (CMVM) durante a sua audição.

“Disseram-me que tinham sido publicados”, garante, “mas a minha atenção está dedicada a 100% a esta comissão”, salienta.

Antes disso, admitiu também ainda não ter ouvid as declarações de Lacerda Machado – foi ouvido ontem numa outra comissão e é ouvido amanhã, nesta comissão -, em particlar sobre o negócio da TAP ME Brasil.

20h34 TAP com prejuízo de 57 milhões de euros nos primeiros três meses do ano

Enquanto decorre a audição ao COO Ramiro Sequeira, a companhia aérea divulgou aos mercados os resultados financeiros relativos ao primeiro trimestre do ano.

https://jornaleconomico.pt/noticias/tap-com-prejuizo-de-57-milhoes-de-euros-nos-primeiros-tres-meses-do-ano-1028049

19h58 “Fiz parte da solução e não do problema”

Ainda antes de abordar a contratação da diretora vinda da Lot, Ramiro Sequeira comentou a saída e relação profissional com o antecessor, Antonoaldo Nebes.

“Tínhamos uma relação profissional boa. Revia-me nas suas qualidades e na gestão, como na vida, todos temos qualidades e pontos a melhorar: ele tinha os seus e eu tenho os meus. Trabalhei bem com ele”, refere o COO da TAP, que sublinhou nunca ter tido conversas como ex-ministro Pedro Nuno Santos sobre o afastamento do gestor.

“Esteve ao meu dispor até ao último dia em que esteve na empresa”, garante, recordando que sempre soube que a sua nomeação como CEO era temporária: “Eu aceitei que eram as regras do jogo; fiz parte da solução e não do problema”, diz.

19h39 Diretora polaca está na TAP “todos os dias da semana”

O deputado do Chega Filipe Melo recupera o tema de Karolina Anna Machura Tiba, um dos mais recentes acréscimos aos quadros da TAP, que antes serviu como diretora dos tripulantes de cabina da companhia polaca Lot.

“Sim, conheço Karolina Machura Tiba”, diz Ramiro Sequeira. “Foi contratada através de um processo de headhunter para a função de gestora dos projetos de transformação” da área de tripulantes de cabine. “A decisão foi da Comissão Executiva”. Sobre as alegações, de alguns deputados e de alguns trabalhadores, sobre mais um caso de uma “diretora fantasma” na companhia aérea, Sequeira diz que Tiba “está em funções há alguns meses, está lá todos os dias da semana, exceto quando está em casa”.

O mesmo deputado afirma que “ninguém a conhece” na companhia aérea, ao fim de seis meses, e diz que o partido teve acesso a documentos do registo civil polaco que dizem que a mesma ainda trabalha na Lot.

“Desconheço essa situação dos documentos da Polónia. O que posso dizer é que está cá, trabalha… E o facto de o sindicato não a conhecer… É óbvio que há de conhecer, em seu momento. Mas ela não está encarregue de nenhuma gestão sindical. O foco da sua função são os projetos de transformação. Tem vindo a conhecer, pouco a pouco, os tripulantes e já fez vários voos de observação para perceber a realidade dos tripulantes”, explica o administrador.

“Foi uma aproximação mais discreta, mas não menos válida ou profissional a nosso ver”, conclui.

19h25 “Se estou de saída? Que eu saiba, não”

Ainda em resposta a Hugo Carneiro (PSD), que questiona o COO se alguma vez se colocou a possibilidade da sua saída da TAP ou da Comissão Executiva da empresa, Ramiro Sequeira esclarece que esse cenário não se coloca.

“Sou COO. Estou na Comissão Executiva. É conhecida a entrada de um novo CEO, o doutor Luís Rodrigues. Foi-nos dada a conhecer uma possível reestruturação da Comissão Executiva. Estamos em conversas com o acionista, com o CEO e eu… Se estou de saída? Que eu saiba, não”, diz.

Sobre quem é o interlocutor, do lado do acionista Estado, não esclarece: “Comuniquei formalmente com os dois ministérios – escrevi aos dois ministérios”, conclui.

19h10 TAP ME Brasil: Autoridade Tributária terá fiscalizado preços de transferência

Ramiro Sequeira “imagina que sim”, que tenha existido uma fiscalização da Autoridade Tributária aos preços de transferência, nomeadamente no que diz respeito à operação entre a TAP e a TAP ME Brasil. Sobre o custo, o COO diz que não consegue “precisar”, mas garante que “seguramente houve análise do Conselho de Administração”, mas não se recorda.

Ainda sobre a TAP ME Brasil, o ex-CEO diz que tem “ideia” de terem “existido várias auditorias”: uma operacional durante a pandemia e uma financeira, inclusive. “As auditorias são coisas nomrias que fazemos dentro do departamento de compliance”, sublinha.

Não consegue, contudo, precisar quem fez essas auditorias ou quando.

Admite também, em resposta ao deputado social-democrata, que acionou o seguro directors & officers a que tem direito na TAP para cobrir os custos do apoio jurídico que consultou para se preparar para esta comissão de inquérito. Ramiro Sequeira faz-se acompanhar de uma equipa jurídica durante a audição. A prática não é invulgar – é aliás esse mesmo o objeto destes seguros.

18h38 Alternativa ao plano de reestrutração seria “o fecho” da TAP

Os motivos da saída e os detalhes da negociação do acordo que levou ao pagamento indevido de 500 mil euros a Alexandra Reis passarama ao lado do ex-CEO, admite o próprio, que já tinha regressado às funções de COO aquando do caso.

Em resposta ao deputado socialista Hugo Carvalho, Ramiro Sequeira diz não ter conhecimento de cisões internas entre a ex-administradora e a ex-CEO Christine Ourmières-Widener, e diz, à semelhança de outros altos cargos da companhia, que só teve conhecimento do valor em causa pela comunicação social.

Sobre a alternativa ao plano de reestruturação – que o próprio desenhou ativamente – é claro: a alternativa seria “o fecho da companhia”.

18h02 TAP não tem falta de tripulantes, diz COO

Ramiro Sequeira não crê que a companhia aérea tenha falta de tripulantes e rejeita que existam dificuldades na operação decorrentes dos despedimentos na TAP, efetuados ao abrigo do plano de reestruturação. Diz ainda que houve mais de 2 mil candidatos para cerca de 400 vagas disponíveis.

Não é só a TAP que tem “dores” com o recrutamento, diz o administrador da companhia. “Há uma dificuldade generalizada de contratação a vários níveis”, diz, elencando as áreas de handling, catering e outras. “A Lufthansa cancelou 36 mil voos preventivamente para este verão”, compara.

Os atrasos são “um efeito bola de neve”, explica ainda.

17h54 “Quando entrei era preciso entregar um plano de reestruturação”

“Náo me esqueço que era preciso entregar um plano em Bruxelas”, começa por dizer Ramiro Sequeira ao deputado Bruno Dias (PCP).

“Quando eu entrei, já o processo… Quando eu entro, era preciso entregar um plano de reestruturação até ao dia 10 de dezembro, que fosse credível e que permitisse salvar, neste caso, 7 mil postos de trabalho. Ao dia de hoje são 7.515 postos de trabalho”, recorda.

17h33 Ramiro Sequeira: comissão de inquérito “pode levar a crer que algo não correu bem”

O antigo presidente interino da TAP, Ramiro Sequeira, já responde ao deputado comunista Bruno Dias. Antes, na intervenção inicial, concluiu que no período em que liderou a companhia aérea – durante a renacionalização – foi “chamado para liderar a TAP num momento muito crítico”.

“Estarmos aqui hoje”, diz, ao referir-se à comissão de inquérito, “pode levar a crer que algo não correu bem”. Contudo, diz o atual responsável pelas operações da TAP, “ficam, pelo menos para mim, os factos”.

“A TAP surpreendeu, manteve a sua dimensão a nível de negócio, manteve trabalhadores e ainda assim conseguiu atingir resultados positivos”, remata, depois de enumerar alguns dos resultados alcançados durante a sua chefia, que coincidiu com o período pandémico.

17h17 Boa tarde

Boa tarde. Estaremos a acompanhar a audição do ex-CEO e atual COO da TAP, Ramiro Sequeira, que hoje responde aos deputados da comissão parlamentar de inquérito.

A sessão de hoje começa com a substituição de Jorge Seguro Sanches, que deixou esta quarta-feira a presidência da CPI. Será o deputado socialista António Lacerda Sales a presidir os trabalhos daqui para a frente.

Miguel A. Lopes/Lusa

Seguro Sanches disse não ter as condições mínimas para continuar a desempenhar as funções de presidente da CPI. O recado que deixou aos deputados foi claro: não se pode “permitir que os deputados não estejam disponíveis para os mandatos todos os dias da semana”. Isto porque não se reuniu consenso quanto à realização de audições de segunda a sexta, acelerando o calendário de conclusão de trabalhos.

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