Empresa britânica despede 800 trabalhadores por videochamada

Os trabalhadores da P&O Ferries, uma empresa de transporte marítimo, estão em protesto depois de 800 funcionários terem sido despedidos através de uma vídeo chamada e sem qualquer aviso prévio, revela a “BBC” esta sexta-feira, 18 de março.

DEMITIDO NO LOCAL: P&O Ferries libera centenas de trabalhadores enviando um vídeo pré-gravado (clipe da BBC)

A operadora de balsas britânica P&O Ferries demitiu 800 de seus funcionários em um anúncio surpresa pré-gravado enviado durante uma ligação em grupo… pic.twitter.com/4dC4vVGhJc

— Dougsocar12 🇷🇺 (@Dougsocar12) March 18, 2022

Esta decisão que afeta quase um quarto dos funcionários da empresa foi tomada na quinta-feira, ao serem informados que aquele seriao seu “último dia de trabalho”. A P&O Ferries justificou esta decisão como o “último recurso” para salvar o negócio.

Contudo, os sindicatos estão contra esta demissão que dizem marcar um “dia sombrio” na indústria naval, ao mesmo tempo que membros de vários partidos políticos descreveram estas ações como “insensíveis” e “vergonhosas”.

O governo está a analisar “de perto” a ação que a P&O Ferries tomou para ver se infringiu alguma lei depois de demitir os seus funcionários, planeando substituí-los por funcionários mais baratos da agência. O sindicato RMT classificou o movimento como um dos “atos mais vergonhosos da história das relações industriais britânicas”.

O ex-ministro dos Transportes, Sir John Hayes, também sugeriu que o governo deve “recuperar quaisquer verbas concedidas à P&O durante a pandemia” numa tentativa de reverter esta decisão.

Esta medida também foi condenada pelo arcebispo de Canterbury e pelo bispo de Dover numa declaração conjunta feita na rede social Twitter onde classificam estes despedimentos como “desumanos e antiéticos”, além de serem “um pecado aos olhos de Deus”.

P&O’s decision to sack 800 workers, without warning or consultation, is inhumane and unethical.

Joining with @DoverBishop to call for proper consultation, urgent representations to the Government of Dubai, and assistance for Dover if this move cannot be legally prevented. pic.twitter.com/QLDFsgaxQc

— Archbishop of Canterbury (@JustinWelby) March 18, 2022