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Empresa sueca prometeu centro com 500 trabalhadores em Lisboa, mas agora está a despedir (com áudio)

A empresa anunciou o despedimento de 700 trabalhadores em todo o mundo poucas semanas após ter anunciado centro de inovação em Lisboa. Cinco pessoas, pelo menos, foram despedidas em Lisboa, mas empresa não revela quantas.
1 Junho 2022, 16h07

Uma empresa sueca especializada em pagamentos online despediu, pelo menos, cinco dos seus trabalhadores em Portugal.

A Klarna é uma entidade bancária sueca especializada em pagamentos online e anunciou no início de maio que iria abrir o seu novo centro de inovação em Lisboa, com o objetivo de criar até 500 empregos.

O JE questionou a fintech Klarna sobre quantos trabalhadores tem em Portugal e quantos despediu, mas não obteve resposta.

Em relação ao projeto para o centro de inovação, fonte oficial disse que “apesar de os desafios atuais poderem atrasar os nossos planos em Portugal, permanecemos comprometidos em aumentar a nossa presença em Lisboa e com os nossos parceiros e clientes portugueses”.

O presidente executivo da empresa anunciou o despedimento de 700 trabalhadores através de uma mensagem vídeo pré-gravada.

A fintech estava avaliada em 45 mil milhões de dólares em meados de 2021, mas recentemente abordou investidores com o objetivo de angariar fundos apresentando uma avaliação de 30 mil milhões de dólares, menos 34% face há um ano.

No evento de apresentação do centro a 4 de maio, o responsável tecnológico da empresa, Yaron Shaer, disse que “Lisboa é conhecida pelo seu reconhecido talento. Planeamos criar 500 empregos tecnológicos. Inicialmente procuramos engenheiros, mas também iremos recrutar managers de produto, cientistas de dados…”.

“Precisamos de mais Klarnas”, disse, por sua vez, o autarca de Lisboa Carlos Moedas no mesmo evento.

Mas passadas poucas semanas, o cenário mudou: o presidente da empresa veio a público a 23 de maio anunciar o despedimento de 10% dos seus sete mil trabalhadores em vários países.

“Temos assistido ao desenrolar de uma guerra trágica e desnecessária na Ucrânia, a uma mudança no sentimento do consumidor, um aumento na inflação, um mercado bolsista altamente volátil e uma provável recessão. Tudo isto marcou o início de um ano muito tumultuoso”, justificou Sebastian Siemiatkowski citado pela publicação “Payments Dive”.

A Klarna assume-se como a “fintech melhor valorizada da Europa” e conta atualmente com 150 milhões de utilizadores.

Os despedimentos em Lisboa foram conhecidos depois de um dos trabalhadores da empresa, J. Tyler Wilson do departamento de marketing que manteve o seu posto de trabalho, ter criado uma lista online onde os trabalhadores despedidos podem inserir o seu nome, área de especialização e localização para poderem ser recrutados por outras empresas.

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