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Empresas compram seguros para proteger os sistemas

Ainda que a maior parte das soluções de seguro existentes no mercado se dirija às empresas, a procura por este tipo de produto estruturado para pessoas singulares tem vindo a aumentar.
12 Abril 2020, 19h30

Com o constante aumento do número de dispositivos eletrónicos existentes (IoT) e dos seus utilizadores, assim como dos negócios realizados online e das informações guardadas em rede, a segurança no ciberespaço tornou-se definitivamente uma preocupação muito séria para as pessoas, empresas, governos e nações, interferindo diretamente com a confiança nos sistemas.

Segundo Pedro Moura Ferreira, diretor de Negócio Global da MDS, o risco cibernético “é um assunto que mina de forma significativa a credibilidade das organizações, faz retrair a confiança dos clientes e testa a capacidade das empresas em conseguirem resistir às contantes falhas de segurança (data breach) e aos crescentes ataques às suas operações/negócios”. O responsável explica que esta guerra virtual (e muitas vezes silenciosa) é capaz de “causar danos financeiros e reputacionais gigantescos às empresas e, por esse motivo, o risco cibernético é hoje um assunto debatido em todos os conselhos de administração. Sem dúvida, as empresas colocam hoje as ameaças cibernéticas no topo das suas preocupações”. Para a consultora e gestora de risco e seguros, a interrupção do negócio, as perdas financeiras, a perda de informação confidencial, o ataque à integridade de dados, a extorsão, o roubo de identidade e os danos reputacionais são alguns exemplos do impacto que um data breach poderá ter numa organização.

“Uma vez mais, e porque estamos perante um risco que não é passível de ser totalmente eliminado, a transferência do mesmo para uma apólice de seguro assume um papel crítico no ‘risk governance’ de uma empresa”, diz Pedro Moura Ferreira.

O seguro cyber dá cabal resposta a isto mesmo, garantindo a proteção do negócio e os custos relacionados com os danos e prejuízos sofridos na própria empresa, bem como as responsabilidades perante terceiros. Daí que a procura por esta solução esteja a crescer.

 

Particulares preocupados com perdas financeiras
A procura por este tipo de seguro é maior por parte das empresas. No entanto, ainda que a maior fatia das soluções de seguro existentes no mercado se dirija às empresas, existe uma crescente procura deste tipo de produto estruturado para pessoas singulares. “Obviamente, a tónica do seguro estará mais voltada para a proteção contra a perda financeira que individualmente as pessoas poderão sofrer em virtude de um problema de cibersegurança”, explica o executivo MDS. E acrescenta: “Mas, tal como nas empresas, também neste prisma existem soluções que garantem cabalmente a responsabilidade perante terceiros, bem como os demais e essenciais serviços de aconselhamento técnico, jurídico e resposta a incidentes”.

Segundo Pedro Moura Ferreira, “existem muitos produtos nesta área oferecidos pelas seguradoras clássicas e generalistas. A abordagem que temos realizado junto do tecido empresarial em Portugal revela que cada caso é um caso e, por isso, as soluções taylor-made gozam naturalmente de maior eficácia e eficiência na resposta aos incidentes. A exposição ao risco é inevitavelmente diferente de empresa para empresa”. Genericamente, a grande maioria dos seguros cyber que encontramos no mercado “dão hoje um considerável nível de conforto no que respeita à amplitude de cobertura e ao financiamento dos custos que advêm de falhas de segurança (data breaches) e ataques cibernéticos”, diz ainda o consultor.

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