A Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) atirou para depois do Natal mas mais provavelmente para o início do próximo ano um acordo com o PSOE para viabilizar a investidura de Pedro Sánchez como chefe do governo – dando cabo da agenda socialista, mas também da de Filipe VI.
Citada por vários jornais espanhóis, a porta-voz do partido, Marta Vilalta, garantiu que as posições de convergência com o PSOE permanecem remotas e, portanto, incapazes de, em questão de dias, estarem suficientemente alinhadas para a investidura.
Depois da reunião na semana passada entre os dois partidos, o PSOE avançara com a possibilidade de a investidura ser concluída antes do Natal e o rei Filipe VI apressou-se a fechar um calendário para a audição de todos os partidos com assento na Cortes em tempo-recorde.
Mas a ERC – liderada por Oriol Junqueras a partir da prisão – não parece ter pressa, até porque, recorda Vilalta, “a ativação da rota política implica interromper a rota judicial”. Com poucas esperanças de que o alinhamento se dê ainda este ano, os dois partidos vão encontrar-se hoje mais uma vez, agora em Barcelona – mas em local que permanece desconhecido.
“Não é possível negociar com pressa e o possível acordo será para janeiro, porque será complicado avançar nos próximos dias”, acrescentou Marta Vilalta, que faz parte da comissão de negociação dos republicanos. A porta-voz convidou Sánchez a mudar de posições se quiser agilizar a investidura: “se existe a vontade do PSOE de ativar o caminho político, deve haver gestos”, disse.
A ERC coloca como condição para abster-se (e assim viabilizar a investidura de Sánchez) que o governo do PSOE-Unidas Podemos estabeleça, após a investidura, uma base de diálogo sobre o conflito político catalão entre representantes do executivo central e o governo regional. Essa negociação deve ter, diz a ERC, um calendário definido, sem assuntos tabus (os republicanos colocarão sobre a mesa a autodeterminação) e com “garantias de cumprimento”. A abstenção da ERC e o ‘sim’ de vários partidos nacionalistas não independentistas são necessários para que Sánchez seja investido à segunda volta (quando já não for necessária uma maioria absoluta
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