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“Estado tem de se retirar da esfera privada”, realça country manager do IFC em Angola

“Há um novo paradigma. O Estado tem que se retirar da esfera privada”, afirmou Indira Campos no painel “Privatizações: efeitos e perspectivas” na conferência “Doing Business Angola” que tem lugar esta terça-feira em Lisboa.
26 Setembro 2023, 13h08

Indira Campos, Angola Country Manager do International Finance Corporation (IFC), defendeu, esta terça-feira, na conferência Doing Business Angola, o “novo paradigma” de afastamento do Estado angolano do sector privado, em debate com Hugo Moredo Santos e Paulo Trindade Costa sobre o programa de privatizações em curso naquele país.

Assista aqui ao debate que ocorreu sobre o tema das privatizações em Angola na conferência “Doing Business Angola”:

A reflexão foi partilhada na conferência “Doing Business Angola”, um evento organizado pel’O Jornal Económico e a Forbes África Lusófona que se realiza esta terça-feira em Lisboa com o objetivo de reunir alguns dos mais importantes atores do ecossistema económico e político de Angola para abordar alguns dos temas relevantes da vida económica angolana.

“Hoje há um novo paradigma. O Estado tem que se retirar da esfera privada”, afirmou a responsável ao final da manhã, inaugurando o painel “Privatizações: efeitos e perspectivas”, quando convidada a analisar o programa.

Nas palavras da gestora, “o programa permite atrair capital em sectores-chave que Angola quer desenvolver, principalmente quando combinado com uma visão clara e estratégica para aqueles sectores”, na medida em que traz não só capital, como expertise, “fomentando uma nova dinâmica”.

Indira considera que o programa de privatizações e de parcerias público-privadas (PPP) é uma peça fundamental para a competitividade da economia angolana, levantando alguns parâmetros fundamentais para a operacionalização e eficiência do mesmo. “Os programas tem de ser desenvolvidos internamente. Têm de resultar de uma mudança de paradigma que tem de vir de dentro. E tem de haver compromisso ao mais alto nível”, sublinhou.

Além disso, também a questão regulatória é de grande importância. “É muito importante saber o que o Estado está a pensar para esse sector. Ninguém quer investir e depois perceber que há restrições para importação de certos materiais ou exportação do que se está a produzir. Os Estados têm tem de ser claros e saber comunicar. Os investidores querem saber se o processo é transparente”, continuou.

Indira insiste na importância da “transparência do processo” e de se conhecer o máximo de informação possível sobre o ativo. “Ninguém quer ir a jogo se souber que o vencedor já está comprado”, atirou.

O IFC, que tem 35 escritórios no continente africano, é o “braço do sector privado do Banco Mundial”, com a vertente da “concessão de empréstimos ou investimento no capital de empresas privadas em países emergentes”.

“Temos uma componente forte de investimento. Mas, também, uma área muito grande de aconselhamento a empresas e, também, a entidades públicas dos países onde investem. As privatizações e as parcerias público-privadas (PPP) são uma área em que investimos muito tempo e sobre a qual trabalhamos muitos com os governos”, esclarece.

Sobre a expansão de atividade do IFC que, no último ano fiscal, movimentou 11,3 mil milhões de dólares (10,66 mil milhões de euros) em 40 países, a especialista afirma que a instituição quer “crescer ainda mais, principalmente em Angola e quase todos os países de África lusófona”.

O IFC tem “acompanhado vários processos em África”, além do processo em curso no Egito, e, no passado, transações específicas na Nigéria, África do Sul e Gabão, por exemplo.

A conferência Doing Business Angola decorre esta terça-feira no Hotel Ritz, em Lisboa, estando presentes cerca de 200 pessoas.

Assista agora: Doing Business Angola

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