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“Estados-Membros estão a utilizar de forma leviana a bomba atómica de Schengen”, acusa Carlos Coelho

Relatório de eurodeputado português, aprovado esta quarta-feira no Parlamento Europeu, acusa os Estados-membros de “desrespeitar as normas relativas à utilização do maior sistema europeu no combate ao crime e no controlo das fronteiras”.
31 Maio 2018, 12h33

“Os últimos três anos foram dramáticos. Uma aparente ‘nova normalidade’ emergiu: controlos nas fronteiras internas voltaram a fazer parte do quotidiano de milhões de europeus”, disse o eurodeputado Carlos Coelho, esta quarta-feira, durante a reunião de plenário, em Estrasburgo, que aprovou o seu relatório sobre o Estado de Schengen.

O relator português acusa os governos dos Estados-Membros de “transformaram Schengen no bode expiatório para as falhas nas políticas de segurança e para as fragilidades do Sistema Europeu Comum de Asilo”, usando de “forma leviana a bomba atómica de Schengen” para “expiar culpas e ganhar eleições”.

No relatório aprovado por 439 votos a favor, 157 contra e 80 abstenções, Carlos Coelho considera que muitos dos prolongamentos dos controlos nas fronteiras internas não estão em conformidade com as normas vigentes.

“O período máximo, acordado pelos próprios Estados-Membros, foi largamente ultrapassado e os motivos (vagos e apresentados a contra gosto) não encontram reflexo na realidade”, refere, alertando para o facto de “se Schengen perecer, o impacto económico poderá alcançar os 50 mil milhões de euros”.

Para o eurodeputado português, o problema no combate ao terrorismo não se resolve com mais fronteiras, mas com maior cooperação. Carlos Coelho considera inaceitável, por exemplo, que “sete anos depois de cumprirem todos os requisitos para beneficiaram da liberdade de circulação” a Bulgária e Roménia não sejam membros de pleno direito de Schengen.

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