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Estados Unidos acusam China de querer “apagar as memórias” de Tiananmen

Há 33 anos que o exército chinês dispersou os protestos liderados por estudantes, na praça Tiananmen, no centro de Pequim, a pedir reformas democráticas para o país, causando um número de mortos, ainda hoje objeto de discussão.
4 Junho 2022, 12h34

A China quer “apagar as memórias” da repressão de Tiananmen, em 1989, ao impedir hoje uma vigília em Hong Kong, por ocasião do 33.º aniversário dos acontecimentos, disse o secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken.

“Hoje, a luta pela democracia e liberdade continua a ressoar em Hong Kong, onde a vigília anual para comemorar o massacre de Tiananmen foi proibida pela República Popular da China e pelas autoridades de Hong Kong, numa tentativa de apagar as memórias desse dia”, salientou Anthony Blinken, em comunicado.

Há 33 anos que o exército chinês dispersou os protestos liderados por estudantes, na praça Tiananmen, no centro de Pequim, a pedir reformas democráticas para o país, causando um número de mortos, ainda hoje objeto de discussão.

Estimativas chegam às dez mil vítimas, embora Pequim defenda que a repressão dos “tumultos contrarrevolucionários” tenha levado à morte de duas centenas de civis.

Na homenagem aos “corajosos manifestantes”, Blinken disse que os protestos “não seriam esquecidos”.

A polícia de Hong Kong fechou na sexta-feira parcialmente o parque Vitória, onde, até 2019, decorria uma vigília à luz de velas para assinalar a data.

As autoridades da região semiautónoma chinesa tinham avisado anteriormente que a maioria dos espaços, onde habitualmente decorriam estes eventos, estaria fechada entre a noite de sexta-feira e as primeiras horas de domingo.

Macau e Hong Kong eram os únicos territórios chineses onde as homenagens às vítimas de 04 de Junho de 1989 eram toleradas.

Em 2020, as autoridades proibiram, em Macau e Hong Kong, pela primeira vez em 30 anos, a realização da vigília em espaço público, numa decisão justificada com os trabalhos de prevenção da Covid-19. A proibição manteve-se no ano passado.

“Continuaremos a expor as atrocidades e violações dos direitos humanos cometidas pela República Popular da China, incluindo em Hong Kong, Xinjiang e Tibete, e a exigir responsabilidade”, prometeu Blinken.

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