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Estudo da Intrum conclui que 73% das empresas diz que é prioritário cortar custos e melhorar a eficiência

O estudo Intrum EPR 2023 revela que 58% das empresas portuguesas afirma que a inflação está a limitar capacidade de fazer crescer o negócio.
7 Junho 2023, 00h38

A Intrum publicou o seu mais recente estudo, o EPR – European Payment Report 2023, baseado numa pesquisa realizada simultaneamente em 29 países europeus com a participação total de 10.556 empresas europeias, de 15 setores de atividade diferentes.

O estudo Intrum EPR 2023 revela que 58% das empresas portuguesas afirma que a inflação está a limitar capacidade de fazer crescer o negócio. Em comunicado é dito que “no que diz respeito às principais conclusões do EPR em Portugal, é de destacar que 58% das empresas portuguesas afirmam que a inflação está a limitar a sua capacidade de fazer crescer o negócio, 7 pontos percentuais acima da média europeia (51%)”.

O estudo descreve ainda o impacto que os atrasos de pagamento têm sobre o desenvolvimento e o crescimento nas empresas europeias. A pesquisa envolve a opinião de mais de 10.000 executivos de alto nível.

O estudo analisa como as empresas combatem e como gerem os seus problemas económicos e de liquidez. Em Portugal, 251 empresas participaram no inquérito.

“É sabido que 2022 foi um ano forte para a economia portuguesa, tendo registado a sua maior taxa de crescimento em mais de três décadas. No entanto, a inflação elevada ameaça atenuar as perspetivas positivas e por isso, o governo português decidiu reduzir o IVA sobre alguns produtos alimentares para aliviar as pressões do aumento do custo de vida”, lê-se no estudo.

Segundo o EPR 2023, os inquiridos portugueses mencionaram o aumento das taxas de juro (63%), os devedores com problemas financeiros (63%) e o aumento da inflação (61%) como os maiores e principais desafios que condicionam a capacidade dos seus clientes efetuarem os pagamentos de forma atempada e total nos próximos dois meses.

O estudo da Intrum reflete ainda que as empresas portuguesas são mais propensas do que a média europeia, a considerar que os atrasos dos pagamentos dos clientes afetam os seus negócios em quase todas as áreas. Ao todo, 36% dizem que os atrasos nos pagamentos impedem o crescimento da empresa, em comparação com 30% (média europeia). No entanto, apenas 45% das empresas portuguesas dizem estar a tomar medidas para garantir que pagam aos seus fornecedores a tempo, em comparação com 56% da média europeia.

A Intrum refere ainda que a alta inflação em toda a Europa está a obrigar as empresas a darem prioridade à redução de custos em detrimento do crescimento do negócio.

Em Portugal, quando confrontados com as principais medidas a implementar este ano para gerir a conjuntura atual ou uma eventual recessão económica, o top 3 de medidas a adotar nas empresas portuguesas é planear reduzir os custos (36%); ser mais cuidadoso em assumir dívidas financeiras (28%) e aumentar as vendas (27%), conclui a análise.

“No contexto da atual situação económica, marcada por problemas nas cadeias de abastecimento e aumento dos custos, bem como perturbações do crescimento económico, estão a aumentar os desafios para as empresas europeias, afetando o seu rendimento e enfraquecendo os seus resultados financeiros.”, lê-se na análise.

Seis em cada 10 empresas em Portugal, esperam que, nos próximos 12 meses, esses fatores afetem os pagamentos dos seus clientes.

Como resultado destes desafios, as empresas sentem-se forçadas a sacrificar o crescimento pela eficiência. Embora quase 6 em 10 empresas desejem expandir os negócios em 2023, uma proporção muito maior (73%) diz que cortar custos e melhorar a eficiência é uma prioridade no cenário económico atual. Por outro lado, mais de um terço (37%) espera que a sua empresa assuma mais dívidas este ano para se manter competitiva.

Em Portugal, 62% dos inquiridos esperam que as taxas de juros continuem a subir e por isso mesmo, estão a ficar mais cautelosos com os seus empréstimos e gastos, valor que é superior à média europeia (56%).

Para além disso, 51% dos portugueses afirmaram estar tão concentrados em gerir os riscos económicos para o seu negócio, como a inflação, que negligenciaram iniciativas que os tornariam mais competitivos como empresa.

Ainda assim esta percentagem é inferior à média europeia (53%).

Com receio de se endividarem, 58% das empresas portugueses admitiu que a inflação é responsável por restringir a capacidade de crescimento dos negócios e do aproveitamento de novas oportunidades.

De acordo com Luís Salvaterra, Diretor-Geral da Intrum Portugal, “alta a inflação e o aumento dos custos laborais, estão a afetar os resultados das empresas obrigando-as a dedicar tempo e recursos para gerirem a crise de liquidez”.

“Um fluxo de caixa sólido e uma gestão de crédito adequada são fundamentais quando se navega num ambiente global cada vez mais incerto”, conclui.

 

 

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