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EUA: Fed anuncia subida das taxas de juro em 50 pontos base

A Fed optou por subir as taxas de juro em meio ponto, a maior subida em duas décadas, perante uma inflação que está em máximos de 1981. O balanço de 9 biliões de dólares também começará a ser reduzido já a partir de junho, em linha com o esperado pelo mercado.
4 Maio 2022, 18h01

Numa decisão largamente esperada, a Reserva Federal norte-americana decidiu subir as taxas de juro diretoras em 50 pontos base (p.b.), face à inflação em máximos de 1981 e dando seguimento às indicações dadas no último mês por vários responsáveis pela política monetária da maior economia do mundo.

A taxa de juro de referência fica assim entre 0,75% e 1%, depois da segunda subida consecutiva e do maior salto desde 2000. Em março, quando se realizou a anterior reunião do Comité do Mercado Federal Aberto (FOMC), a autoridade monetária havia optado por subir as taxas em 25 p.b..

Também o balanço do banco central começará a ser reduzido já a partir de junho, em linha com o esperado pelos mercados. O plano passa por uma redução faseada, com a primeira a arrancar no próximo mês com 30 mil milhões de dólares (28,40 mil milhões de euros) em títulos do Tesouro e 17,5 mil milhões (16,56 mil milhões de euros) em títulos garantidos por hipoteca. Este ritmo manter-se-á por três meses, acelerando depois para 60 mil milhões (58,83 mil milhões de euros) e 35 mil milhões de dólares (33,15 mil milhões de euros), respetivamente.

O balanço do banco central norte-americano chegava já aos 9 biliões de dólares (8,52 biliões de euros), depois do programa de emergência pandémica colocado em prática em 2020.

Os mercados vinham antecipando esta decisão, especialmente depois dos comentários do presidente da Fed, Jerome Powell, a reconhecer que a inflação era “muito elevada” e garantindo que agiria para limitar a subida de preços. Na mesma linha, a governadora Lael Brainard, conhecida pela sua postura mais conservadora, sublinhou a “enorme importância” de baixar a pressão nos preços na economia americana.

Recorde-se que a inflação atingiu 8,5% em março, o valor mais alto em mais de 40 anos. A Fed classificou o fenómeno como largamente transitório durante vários meses, mas acabou por subir as taxas já este ano, algo que não acontecia há três anos.

A expectativa dos analistas e investidores é de uma manutenção do ciclo restritivo nos próximos meses, com alguns a projetar mesmo subidas de 75 p.b., especialmente caso a subida de preços não abrande e se começarem a verificar dinâmicas claras de aumentos salariais em linha com a inflação elevada.

[notícia atualizada às 19h13]

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