EUA: Fed anuncia subida de 75 pontos nos juros, em linha com o mercado

A Reserva Federal norte-americana anunciou esta quarta-feira a subida das taxas de juro diretoras em 75 pontos base (p.b.), indo ao encontro das expectativas do mercado, que nos últimos dias apostaram fortemente numa subida desta magnitude. A taxa de juro de referência nos EUA fica assim entre 1,5% e 1,75%.

Fica assim confirmada a maior subida desde 1994, numa altura em que a inflação voltou a acelerar na maior economia do mundo. Depois do ligeiro alívio em abril, quando o indicador registou um abrandamento de 8,5% para 8,3%, a leitura de maio mostrou novo aumento que levou a variação homóloga do índice de preços no consumidor (IPC) a 8,6%, o valor mais alto desde 1981.

A Fed vinha apontando a subidas de 50 p.b. na reunião desta quarta-feira, mas os números de sexta-feira passada levaram a uma rápida atualização de expectativas por parte dos investidores e analistas de Wall Street, com a CME a reportar 94% de probabilidades, na visão do mercado, de uma subida de 75 p.b..

A subida de junho surge após duas reuniões consecutivas em que foram decretados aumentos, primeiro de 25 pontos em março e depois de 50 p.b. no último encontro, em maio. De acordo com o mapa de projeções dos membros do Comité Federal de Mercado Aberto (FMOC), a taxa de juro deve fechar 2023 em 3,4%.

O banco central dos EUA também reviu as suas projeções macro, antevendo agora um crescimento de 1,7% este ano, o que fica bastante abaixo dos 2,8% anteriormente previstos. Quanto à inflação, esta deve atingir 5,2% no final deste ano com uma subjacente de 4,3%, valores que comparam, respetivamente, com os 4,3% e 4,1% projetados em março.

Para 2023, o FMOC antecipa um crescimento igual ao deste ano, ou seja, 1,7%, e 1,9% em 2024. Simultaneamente, a taxa de inflação deverá abrandar no próximo ano para 2,6% e para 2,2% em 2024, mantendo-se o horizonte de longo-prazo ancorado nos 2%, o valor-alvo da Fed para o indicador.

[notícia atualizada às 19h13]