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EUA: Fed prevê três subidas das taxas de juro em 2022

A aceleração do fim do programa de apoio era já esperada pelos mercados, dada a persistência da inflação elevada nos últimos meses e a mudança de discurso do presidente deste organismo, que deixou de classificar este fenómeno como largamente transitório, mas acabou por se revelar mais agressiva do que o previsto.
15 Dezembro 2021, 19h05

A Reserva Federal norte-americana anunciou esta quarta-feira que irá acelerar o ritmo de retirada dos estímulos económicos, aumentando o montante de redução mensal do programa de compra de ativos colocado em ação para apoiar a economia face ao choque negativo causado pela Covid-19. Os responsáveis pela política monetária nos EUA preveem três subidas de taxas de juro no próximo ano.

Numa decisão já largamente esperada pelos mercados, dada a pressão criada pela subida sustentada de preços nos últimos meses que levou a taxa de inflação homóloga em novembro a atingir valores não vistos desde 1982, a autoridade monetária norte-americana decidiu acelerar a redução do alívio quantitativo em curso.

No entanto, a redução mensal foi maior do que o esperado, numa tomada de posição claramente mais hawkish por parte do banco central. Mantendo, por enquanto, as taxas de juro diretoras inalteradas, o programa de compra de ativos verá reduções mensais de 30 mil milhões de dólares (26,69 mil milhões de euros), ou seja, o dobro do que estava até agora definido.

Este cenário significa que as taxas de juro diretoras na maior economia do mundo poderão subir já em março, perante o ritmo acelerado de retirada dos estímulos. Para 2022, a autoridade monetária reconhece a possibilidade de mais duas subidas além desta, perspetivando mais duas em 2023 e outras duas em 2024.

Jerome Powell, o presidente da Fed, havia já sinalizado esta mudança de postura na audiência no Senado que confirmou a sua recondução à frente deste organismo. Powell deixou de classificar o fenómeno dos preços como motivado por motores largamente “transitórios”, reconhecendo que a inflação continuaria a fazer-se sentir durante mais tempo do que inicialmente previsto. No entanto, a expectativa dos mercados era de uma postura menos agressiva.

Parece terminar assim a postura ultra-acomodatícia da política monetária norte-americana, perante os desenvolvimentos na inflação naquele país e a recuperação do mercado laboral. Ainda assim, a nota da Fed relembra os riscos que permanecem decorrentes da pandemia, salvaguardando que agirá caso a economia assim necessite.

[notícia atualizada às 19h19]

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