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EUA: Senado só avaliará processo de destituição de Trump na semana de 8 de fevereiro

A apresentação dos argumentos iniciais ficou agendada apenas para a semana de 8 de fevereiro, permitindo que até lá o Senado se mantenha focado nas audiências, já em curso, de confirmação dos nomeados pelo novo presidente, o democrata Joe Biden, e na discussão sobre as medidas de emergência relacionadas com a pandemia de Covid-19. 
  • Michael Reaves/Getty Images
23 Janeiro 2021, 09h38

O Senado norte-americano irá ouvir na semana de 8 de fevereiro os argumentos iniciais do processo de destituição de Donald Trump por incitamento dos recentes motins do Capitólio, anunciou na sexta-feira o senador democrata Chuck Schumer.

“Todos queremos deixar para trás que este horrível capítulo da história da nossa Nação. Mas a concórdia e unidade só virão com verdade e responsabilização, e é isso que este julgamento irá permitir”, disse Schumer, líder da maioria democrata no Senado.

O acordo entre democratas e republicanos prevê que os artigos de destituição de Trump sejam enviados para o Senado na segunda-feira ao final do dia, e que na terça-feira comecem os procedimentos iniciais.

Contudo, a apresentação dos argumentos iniciais ficou agendada apenas para a semana de 8 de fevereiro, permitindo que até lá o Senado se mantenha focado nas audiências, já em curso, de confirmação dos nomeados pelo novo presidente, o democrata Joe Biden, e na discussão sobre as medidas de emergência relacionadas com a pandemia de Covid-19.

O período de duas semanas até início dos procedimentos sobre a destituição era também defendido pelos republicanos, para que a equipa jurídica do ex-presidente tivesse mais tempo para preparar a sua defesa.

Único presidente a ser duas vezes alvo de um ‘impeachment’, Trump será também o primeiro presidente alvo de um processo de destituição depois do final do seu mandato.

Nancy Pelosi, líder da maioria democrata na Câmara dos Representantes, já havia feito saber a intenção de enviar os artigos de destituição para o Senado na próxima segunda-feira.

Caso seja condenado, o Senado poderá impedi-lo de voltar a assumir a Presidência no futuro, ditando o fim da sua carreira política.

Para condenar Trump, os democratas precisam do apoio de 17 senadores republicanos, sendo que poucos destes se mostraram publicamente favoráveis à destituição, apesar de se terem manifestado criticamente em relação ao comportamento do ex-presidente antes e durante a invasão do Capitólio por apoiantes do ex-presidente, que consideravam fraudulenta a eleição de Biden.

Lindsey Graham, um dos principais senadores republicanos e apoiante de Trump, afirmou sexta-feira que os argumentos constitucionais contra a possibilidade de um ex-presidente ser destituído são “muito convincentes”, algo que os democratas rejeitam.

Graham também deixou a entender que a defesa de Trump passará por argumentar que as suas declarações no comício que antecedeu a invasão do Capitólio não podem ser consideradas “incitamento” à violência.

Mitch McConnell, número um republicano no Senado, não esclareceu qual o sentido do seu voto, mas descreveu as palavras de Trump antes da invasão apenas como “provocação”.

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