[weglot_switcher]

Eurogrupo já tem acordo para resposta económica ao surto do coronavírus

As condicionalidades da linha de financiamento através do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) eram o principal motivo de discórdia que opunha especialmente a Holanda e Itália e sobre o qual havia a necessidade de avançar nas negociações.
  • Cristina Bernardo
9 Abril 2020, 21h22

O Eurogrupo já chegou a um acordo para dar uma resposta económica ao surto do coronavírus, num pacote de apoio que chega aos 500 mil milhões de euros. A informação foi avançada por vários participantes na reunião que arrancou às 20h30, depois de uma tarde de intensos contactos bilaterais.

“O Eurogrupo alcançou o acordo. Um pacote de dimensões sem precedentes para apoiar o sistema de saúde, os subsídios de desemprego, a liquidez das empresas e o fundo para um plano de recuperação. A Europa é solidariedade”, escreveu o Comissário Europeu para a Economia, Paolo Gentiloni, representante no Eurogrupo, na conta da rede social Twitter.

O ministro das Finanças da Holanda, Wopke Hoekstra, detalhou que os ministros das Finanças chegaram a acordo sobre os vários pontos em agenda, nomeadamente aquele que opunha Holanda e Itália: as condicionalidades de acesso à linha de crédito através do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).

“O MEE pode dar ajuda financeira sem condições aos países para despesas médias. Também estará disponível para apoio económico, mas com condições. É justo e razoável”, disse, através do Twitter, afirmando que a Holanda se mantém contra a emissão de eurobonds. “Pensamos que este conceito não irá ajudar a Europa e a Holanda a longo prazo”.

 

Também o ministro das Finanças francês, Bruno LeMaire utilizou o Twitter para enaltecer o acordo alcançado, que classificou de “excelente”, salientando que o pacote financeira chega aos 500 mil milhões de euros “disponíveis imediatamente”, anunciando “um fundo de relançamento” no futuro.

“A Europa decide e mostra-se à altura da gravidade da crise”, acrescentou.

O pacote inclui ainda o acordo sobre 200 mil milhões de euros do Banco Europeu de Investimento para apoiar pequenas e médias empresas e sobre o programa SURE da Comissão Europeia, que prevê 100 mil milhões de euros para proteção de salários e emprego.

Depois de uma maratona negocial de mais de 16 horas que se prolongou pela madrugada de quarta-feira, os ministros das Finanças europeus, coordenados pelo português Mário Centeno, tentaram chegar novamente esta quinta-feira a um acordo político sobre as condições de financiamento para os Estados-membros enfrentarem o impacto da pandemia de Covid-19.

As condicionalidades da linha de financiamento através do MEE eram o principal motivo de discórdia que opunha especialmente a Holanda e Itália e sobre o qual havia a necessidade de avançar nas negociações.

O ministro das Finanças holandês, Wopke Hoekstra, entendia que o MEE deveria “ser utilizado incondicionalmente para cobrir custos médicos”, numa publicação no Twitter, após a reunião de terça-feira. No entanto, para o apoio económico de longo prazo, considera “que seria sensato acordar a utilização do Mecanismo Europeu de Estabilidade mediante certas condições económicas”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.