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“Evasivo” e “insuficiente”. Carlos Zorrinho define esclarecimentos de Zuckerberg no Parlamento Europeu

Zuckerberg “sabe que os valores pelos quais se rege a sociedade europeia são diferentes daqueles que permitiram que a partir dos EUA a rede Facebook se tivesse desenvolvido com reduzida regulação externa e interna”, realçou o eurodeputado.
24 Maio 2018, 14h48

Carlos Zorrinho, deputado do Parlamento Europeu, realçou hoje em declarações ao “Jornal Económico” que “a audição de Mark Zuckerberg no Parlamento Europeu tem sido avaliada sobretudo pela insuficiência do formato e pelo caratér evasivo das respostas dadas e dos esclarecimentos prestados”.

Para o socialista, “isso não aconteceu por acaso”. E porquê? “Porque Zuckerberg”, no entender de Zorrinho, “sabe que os valores pelos quais se rege a sociedade europeia são diferentes daqueles que permitiram que a partir dos EUA a rede Facebook se tivesse desenvolvido com reduzida regulação externa e interna”.

Nestas declarações ao “Jornal Económico”, Carlos Zorrinho considerou que “embora seja importante continuar a apurar tudo o que se passou com as falhas de segurança da rede, o fundamental é que este episódio inspire a União Europeia para garantir que os seus valores estão embebidos em todas as plataformas que querem operar no mercado europeu e traçar as regras para garantir a proteção de dados (de que o Regulamento Geral de Proteção de Dados é um exemplo), a segurança, a credibilidade e as condições de uso para interesse público”.

Assim, e no entender do eurodeputado, “os valores que definem a identidade europeia têm que ser transpostos para uma cada vez mais urgente identidade digital europeia. Espero que este incidente com o Facebook abra as portas para este passo determinante”.

O que disse Zuckerberg no Parlamento Europeu?

O fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, admitiu esta semana ao Parlamento Europeu que a empresa tem falhado em dar resposta ao mau uso das ferramentas da rede social. Mark Zuckerberg garantiu que se está a esforçar em tornar as publicações do Facebook mais transparentes e seguras e sublinhou que a prioridade é ajudar a aproximar mais as pessoas.

“Reconheço que não temos feito o suficiente para garantir que o Facebook não seja utilizado para maus fins. Peço desculpa por isso”, afirmou Mark Zuckerberg aos representantes no Parlamento Europeu. “A prioridade [do Facebook] é ajudar a aproximar mais as pessoas em todo o mundo. Mas não temos feito o suficiente”, acrescentou.

Depois de ter sido revelado o escândalo de acesso a dados pessoais de 50 milhões de perfis do Facebook pela consultora Cambridge Analytica, Mark Zuckerberg assegura que nos últimos meses a rede social se tem empenhado em melhorar os seus serviços. “Estamos a fazer tornar as nossas publicações mais transparentes e já se pode saber quem é o responsável pelos anúncios que aparecem no feed“.

Ainda assim, o fundador do Facebook sublinha que a segurança “não é um problema que se pode resolver”. “Temos adversários que estão a melhorar-se a si mesmos constantemente, mas queremos garantir que estaremos um passo à frente deles”, assegurou.

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