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Explicações chegam à Internet: conheça o Learnify

Com o regresso às aulas, muitos são os alunos (e os pais) que já começam a pensar nas notas. Muitos alunos portugueses passam horas em deslocações para irem às explicações. O Learnify permite que os alunos consigam, através do computador, ter acesso a cerca de 300 professores dedicados a aumentarem as notas.
3 Setembro 2018, 19h37

Os alunos portugueses com dificuldades em acompanhar a matéria ensinada na sala de aula já não têm que ir a explicações – desde abril de 2018 que Luís Serrano e David Mealha puseram na internet o Learnify, um serviço através do qual alunos em dificuldade podem ter explicações online. “O que nós queremos é transportar a explicação para o online”, disse Luís Serrano ao Jornal Económico.

O Learnify nasceu ainda na faculdade quando os dois fundadores, que estavam a acabar a licenciatura em engenharia informática, tiveram que desenvolver um projeto final de curso. A ideia surgiu porque ambos tiveram no passado que deslocar-se para irem a diversas explicações que, muitas vezes, não ficavam perto da escola nem de casa. “Quisemos colocar num só sítio explicadores e alunos, eliminando assim a distância entre eles”, explicou. “Há ainda locais onde há poucos explicadores, ou nenhuns”, revelou, pelo que o Learnify procura dar alternativas àqueles alunos que têm dificuldade em arranjar explicadores.

Nos primeiros cinco meses de existência, o Learnify já tem registados cerca de 300 explicadores para pouco mais de 70 alunos. “O negócio é sazonal e quando lançámos em abril, já estávamos quase no fim do ano lectivo”, explicou o co-fundador, que continua a querer escalar o negócio.

O Leanify é uma plataforma que oferece uma experiência completa quer aos alunos, quer aos explicadores. A aula é dada integralmente na plataforma, sem que os intervenientes necessitem de instalar outro software no computador. Além disso, a plataforma permite que a aula seja dada com recurso a web cams, com sistema de vídeo e de áudio. Tem ainda a funcionalidade de chat e um whiteboard, onde os alunos e os explicadores podem escrever, e permite ainda partilha de ficheiros, por exemplo, testes ou exercícios. Os alunos podem depois submeter recomendações aos professores.

Serrano e Mealha desenvolveram uma plataforma online que traz ainda benefícios para os professores. “No Learnify, o professor não precisa de mais nada; só precisa de se registar”, explicou Luís Serrano. As aulas tanto podem ser dadas individualmente como a grupos de alunos. Por exemplo, um aluno pode chamar para a mesma aula outros colegas e, assim, terão uma aula em grupo instantaneamente.

O serviço prima-se pela permeabilidade, uma vez que tanto é o aluno que pode procurar o explicador, como pode ser este último que se mostra disponível para leccionar determinada matéria. Os alunos, por um lado, podem procurar os professores disponíveis por disciplina ou por ratings. Por outro lado, os explicadores podem dar as explicações aos alunos que já têm na plataforma, uma vez que esta procura ser mais conveniente.

Em qualquer dos casos, quem decide o preço da aula é o professor. Segundo o site do Learnify, 70% dos professores registados cobram entre dez a quinze euros por aula e o Learnify cobra uma comissão de 15%. “O aluno faz um pedido de marcação de aula e o explicador depois vê se tem disponibilidade”, explica Serrano. “Se o explicador aceitar, é enviada uma notificação ao aluno para proceder ao pagamento da aula e sete dias após a aula é que o explicador é pago”.

Por enquanto este é o único modelo de negócio do Learnify. No entanto, dentro da sua estratégia de expansão, os fundadores preparam-se para lançar outro serviço, que será pago mediante uma subscrição mensal a partir dos 2,99 euros,  através do qual os explicadores anunciam que tipo de matérias leccionam e onde dão as explicações.

O negócio ainda não dá dinheiro, mas isso também não esmorece o empenho dos dois fundadores. “Neste momento, estamos a dar mais atenção ao crescimento do que àquilo que vamos gerar”, revelou Serrano. “Mas conseguimos ter poucos custos e conseguimos nós próprios pagá-los”. A aposta na qualidade dos explicadores também é uma preocupação. “Neste momento verificamos manualmente cada professor mas vamos agora criar uma funcionalidade na qual, no acto de registo, o professor necessita de enviar informações sobre si para nós verificarmos se está apto para dar aulas”.

 

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