As exportações nacionais de bens afundaram 10,2% em 2020 face a 2019 para 53,7 mil milhões de euros, impactadas fortemente pela venda de combustíveis. Já as importações recuaram 15,2% para 67,8 mil milhões de euros.
“Desde 2009 que as exportações de bens não apresentavam uma variação homóloga negativa”, destaca o INE.
As estatísticas sobre o comércio internacional foram divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira, 9 de fevereiro.
O défice da balança comercial de bens diminuiu 6.024 milhões de euros para 14.051 milhões de euros durante o ano de 2020.
Em 2020, as exportações e importações de Combustíveis e lubrificantes diminuíram 32,1% e 35,6%, respetivamente, face a 2019 “correspondendo à categoria económica com maiores decréscimos relativos no total do ano”.
A última queda anual foi registada há mais de 10 anos quando as exportações de bens recuaram 18,4% em 2009. Desde então foram sempre registados aumentos anuais, com destaque para 2010, quando sofreu o maior aumento anual desde então, seguido de 2011 com 14,9%. Antes desta quebra anual, o valor percentual mais baixo foi registado em 2016 (0,8%).
Olhando somente para o mês de dezembro, as exportações recuaram 7,8% face a período homólogo, com as importações a descer 6,9%. O INE destaca os recuos nas exportações (-45,1%) e importações (-32%) de combustíveis e de lubrificantes, e de material de transporte (-20,8% nas exportações e -16,3% nas importações).
Retirando o impacto dos combustíveis e lubrificantes, as exportações e importações desceram 3,8% em dezembro.
Analisando o quarto trimestre, as exportações desceram 3,2% e as importações recuaram 10,2% face ao quarto trimestre de 2019.
Sobre os combustíveis, o INE destaca que a “evolução dos preços deste tipo de bens nos mercados internacionais contribuiu significativamente para esta diminuição, nomeadamente a cotação do petróleo bruto (brent), cujo preço médio anual, em euros, diminuiu 36,3% em 2020”.
“É de salientar também, a mudança nas condições dos mercados nacional e internacional que levaram à suspensão da produção nas refinarias e à diminuição do consumo energético (-4%, -11% e -15% no consumo final de eletricidade, gás natural e derivados do petróleo, respetivamente, face a 2019), devido à diminuição no transporte de passageiros e mercadorias, decorrente do impacto da pandemia COVID-19”, sublinha o Instituto.
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