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Exposição itinerante “Terra de Sonhos” leva vida rural indiana à Maia

A fotógrafa espanhola Cristina García Rodero foi convidada a documentar as assimetrias do mundo rural na Índia e o poder transformador das mulheres nas suas comunidades. Uma vivência imersiva para ver até dia 4 de março.
  • © Cristina García Rodero
22 Fevereiro 2022, 16h45

Maia recebe a exposição itinerante “Terra de Sonhos”, da fotógrafa Cristina García Rodero, a primeira espanhola a ser admitida na prestigiada agência de fotojornalismo Magnum. Nela revela o seu olhar sobre o mundo rural indiano e dá voz às mulheres das comunidades rurais de Anantapur, no Estado de Andhra Pradesh, uma das zonas mais pobres da Índia, destacando o seu poder na transformação das respetivas comunidades.

A fotógrafa mergulhou sem pudor neste mundo, fundindo-se na alegria e no sofrimento daqueles que encobrem, com cor e graciosidade, o claro-escuro (chiaroscuro) da sua própria existência. García Rodero permaneceu no terreno durante um mês e meio. Neste período, visitou hospitais, centros de acolhimento de mulheres vítimas de violência, oficinas, escolas e casas particulares, e procurou registar um mundo complexo e fragmentado, focando-se em particular na população feminina, no seu dia a dia, nos pequenos-enormes desafios do quotidiano.

A exposição “Terra de Sonhos” é organizada pela Fundação “la Caixa”, em colaboração com o BPI e a Câmara Municipal da Maia. No total, reúne 40 fotografias na  Praça Dr. José Vieira de Carvalho, que podem ser vistas até dia 04 de março. A iniciativa integra o programa “Arte na rua” da Fundação, que visa aproximar a arte das pessoas fora do contexto habitual dos museus e salas de exposições.

O programa “Arte na rua” arrancou em 2006, em Espanha, e tem vido, desde então, a dar a conhecer ao público artistas de referência como Manolo Valdés, Igor Mitoraj ou, mais recentemente, o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. É neste âmbito que a exposição “Terra de Sonhos” se encontra agora patente na Maia, depois de passar por Beja, Cascais, Santarém e Braga.

Um museu em nome próprio

Cristina García Rodero nasceu em Puertollano, Ciudad Real, em 1949, e licenciou-se em Belas Artes pela Universidad Complutense de Madrid. O seu percurso como fotógrafa está marcado por inúmeros prémios, entre os quais o “World Press Photo” (1993), o “National Photography Award” (1996), o “FotoPres la Caixa” (1997), o “PhotoEspaña” (2000), o Prémio Godó de Fotojornalismo, também em 2000, ou o prémio “PhotoEspaña”, em 2017. A 12 de setembro de 2018, foi inaugurado na sua cidade natal o Museu Cristina García Rodero, o primeiro museu dedicado a uma fotógrafa.

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