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Fed: Discussão na próxima reunião “será entre 50 ou 75 pontos”, afirma Powell

Mantendo a condicionalidade perante um cenário altamente incerto, o presidente da Reserva Federla manteve a porta aberta a nova subida de 75 pontos em julho, esclarecendo que quer ver “uma série de leituras em queda para a inflação e uma trajetória de redução”.
15 Junho 2022, 19h17

Jerome Powell, presidente da Reserva Federal dos EUA, manteve a porta aberta a nova subida de 75 pontos base (p.b.) na próxima reunião de política monetária, em julho, sublinhando a necessidade de conter a inflação. Foi precisamente esta necessidade que levou o banco central à decisão de subir as taxas de juro em 75 p.b. já na reunião desta quarta-feira, acrescentou Powell.

“O cenário mais provável na próxima reunião será uma subida de 50 ou 75 pontos”, afirmou Powell na conferência de imprensa que se seguiu ao anúncio da Fed. Ainda assim, reforçou, a decisão dos próximos meses será “dependente dos dados”, com o presidente da Fed a revelar que a autoridade monetária quer “ver progresso no capítulo da inflação”.

Neste caso, “progresso” deve ser visto, explicou, como “uma série de leituras em queda para a inflação e uma trajetória de redução”.

Powell reconheceu que a projeção na anterior reunião, em maio, de que subidas de 75 p.b. não estariam em cima da mesa era flexível e “sujeita à performance da economia ficar em linha com as expectativas”, o que não aconteceu. Perante a surpreendente subida da inflação em maio, o Comité Federal de Mercado Aberto (FMOC) decidiu optar pela maior subida desde 1994 nos juros diretores, que ficam assim entre 1,5% e 1,75%.

“Pensámos durante um bocado […] e decidimos que este era o rumo apropriado a tomar. Numa situação destas, o que se faz? Espera-se seis semanas para decretar na próxima reunião?”, questionou o presidente da Fed, que referiu ainda que “o mercado tem respondido e tem mostrado que percebe o caminho em que estamos”.

A possibilidade de uma recessão não parece a mais provável, continuou, esclarecendo que a Fed “não está a tentar induzir uma recessão”.

“Que isso fique bem claro. Estamos, sim, a tentar atingir uma inflação de 2% com um mercado laboral forte”, defendeu, acrescentando ainda que fará o necessário para manter ancoradas as expectativas de médio e longo-prazo para a pressão nos preços.

Perante a aceleração da normalização monetária e a esperada nova subida em julho, o banco central refere que fica “numa posição de maior condicionalidade”, ao afastar-se do ambiente ultra-acomodatício que tem vigorado nos últimos anos.

O mercado laboral também pesou na decisão, dado o mandato duplo da autoridade monetária norte-americana, onde Powell continua a ver uma “rigidez histórica”. Assim, a decisão desta quarta-feira visa também “acalmar a procura [no mercado de trabalho], continua demasiado quente”. A economia norte-americana criou em maio 390 mil postos de trabalho, acima dos 325 mil esperados pelos analistas.

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