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Fernando Negrão eleito com apenas 39,7% dos votos

Escolhido pelo novo líder Rui Rio para assumir a presidência do Grupo Parlamentar do PSD, Negrão só conseguiu obter 35 votos (num total de 89 deputados), precisamente o número de candidatos integrados nas suas listas de vice-presidentes, secretários de direção, coordenadores e vice-coordenadores.
22 Fevereiro 2018, 17h48

Surpresa na eleição para a presidência do Grupo Parlamentar do PSD, cujo resultado foi apurado há poucos minutos: Fernando Negrão, candidato único e apoiado pelo novo líder do partido, Rui Rio, não conseguiu obter mais do que 35 votos, precisamente o número de candidatos (incluindo o próprio) que fazem parte das suas listas de vice-presidentes, secretários de direção, coordenadores e vice-coordenadores.

De um total de 89 deputados, votaram 88 (Pedro Pinto recusou participar na eleição, como já tinha anunciado durante o Congresso Nacional do PSD), dos quais 35 a favor de Negrão, 32 em branco e 21 nulos. O candidato único ficou assim a 10 votos de distância da maioria de 45 votos (isto é, 50% mais um voto). Apesar desta humilhação política, o facto é que Negrão tem legitimidade formal para assumir a presidência, na medida em que era candidato único e, no limite, bastava-lhe ter obtido um voto a favor.

Aliás, Negrão esforçou-se nos últimos dias em não definir uma fasquia mínima de votos para assumir o cargo. Ou pelo menos foi ambíguo perante essa questão, dizendo que faria uma “avaliação política” dos resultados finais. No entanto, durante o Congresso Nacional do PSD, em entrevista ao “Observador”, deixou escapar a seguinte frase que agora o deverá perseguir: “Sabemos que se ganham eleições com mais um voto do que a maioria, por isso é daí que partimos”.

Mas faltaram 10 votos. Com a seguinte agravante: além dos 35 deputados (incluindo o próprio Negrão) que integravam as listas de candidatos, há outros dois deputados que têm assento na renovada Comissão Política Nacional do PSD, o secretário-geral Feliciano Barreiras Duarte e o vogal António Topa. Ou seja, Negrão nem sequer terá conseguido obter o pleno de votos entre os membros das suas listas, pois é muito improvável que Barreiras Duarte e Topa não tenham votado de acordo com a escolha de Rio.

 

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