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Festival Futurama arranca amanhã em Mértola

Ao longo de quatro fins de semana, o Baixo Alentejo abre-se ao público como um laboratório de experimentação e de apresentação de diálogos transdisciplinares, com mais de 40 artistas portugueses e espanhóis em espaços patrimoniais, culturais e naturais.
29 Setembro 2022, 19h00

A 1.ª edição do Festival Futurama, com direção artística de John Romão, arranca a 30 de setembro, em Mértola. Em outubro, segue para Beja, Serpa e Castro Verde.

Ao longo de quatro fins de semana, o Baixo Alentejo abre-se ao público como um laboratório de experimentação e de apresentação de diálogos transdisciplinares, com mais de 40 artistas portugueses e espanhóis em espaços patrimoniais, culturais e naturais.

Filipe Sambado & Yamila, Nídia, Angélica Salvi & Tocadores de Viola Campaniça de Castro Verde, Wasted Rita, António Poppe & La Família Gitana, Cláudia Dias, Fidel Évora, Gaspar Varela & Yerai Cortés, Cantexto, que reúne oito escritores com oito grupos de cante alentejano, como Matilde Campilho e o Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa.

Depois de um primeiro ano de atividades, entre residências artísticas, projetos educativos e de diálogos cruzados entre práticas tradicionais e contemporâneas, chega a altura de o Futurama se apresentar também enquanto festival, na região do Baixo Alentejo.

Durante quatro fins de semana, a viagem dá-se em Mértola (30 de setembro), Beja (7 e 8 de outubro), Serpa (14 e 15 de outubro) e Castro Verde (21 e 22 de outubro), com uma programação artística  transdisciplinar, colaborativa, inclusiva e transfronteiriça.

Artistas locais, nacionais e internacionais, com percursos consolidados e emergentes, integram uma programação diversa que cruza a música, as artes visuais, as artes performativas, a literatura, o cinema e workshops, com algumas colaborações inéditas, expandidas por espaços culturais, patrimoniais e naturais (castelos, igrejas, praças, jardins ou bibliotecas).

O público é desafiado a experienciar um conjunto de atividades e de espetáculos que liga a contemporaneidade e os capitais simbólico, cultural e humano do Baixo Alentejo, entre os patrimónios imaterial e material, como é o caso do cante alentejano, o Castelo de Serpa, o Convento de São Francisco, em Mértola, e o Museu Rainha D. Leonor, em Beja.

Em Mértola, a 30 de setembro, estreia a colaboração entre o jovem prodígio da guitarra portuguesa, Gaspar Varela, e o impressionante guitarrista de flamenco Yerai Cortés, e acontece um workshop de criação de vídeo e som, dirigido pelos artistas Carincur e João Pedro Fonseca, com os alunos da escola ALSUD.

Beja recebe a performance do coreógrafo e artista brasileiro Gustavo Ciríaco, resultado do workshop com os alunos da Escola Secundária Diogo de Gouveia (7 de outubro), a instalação comissionada da artista plástica Wasted Rita, a estreia da colaboração de Filipe Sambado com a espanhola Yamila, uma performance participativa de Cláudia Dias, uma noite a cargo de Nídia, pela primeira vez no Alentejo, ou ainda a estreia nacional do filme “O Novo Evangelho” de Milo Rau (8 de outubro).

Já Serpa é palco da parceria musical de Pedro da Linha e Álvaro Romero / Yeli Yeli (14 de outubro) – a nova Lisboa e a velha Cádiz, entre a eletrónica e a voz do flamenco, numa colaboração aberta às mais inventivas e excitantes possibilidades -, da intervenção no espaço público a cargo de Fiumani, da exibição de “A Música Invisível”, o documentário de Tiago Pereira sobre a riqueza e influência da música cigana em Portugal, da apresentação do espetáculo performativo e musical da multiartista ‘afrotravesti’ imigrante Puta da Silva ou do projeto que tem raízes no Futurama, da autoria de António Poppe e La Família Gitana (15 outubro).

A encerrar o Futurama, em Castro Verde, o coletivo Os Espacialistas faz uma instalação e performance com os alunos da Escola Secundária de Castro Verde, estreia-se em Portugal o filme “As Sementes de Vandana Shiva” de Camilla e James Becket (21 de outubro), Ana Borralho e João Galante protagonizam uma performance com a comunidade e a harpista espanhola Angélica Salvi junta-se aos Tocadores de Viola Campaniça de Castro Verde para um espetáculo único (22 de outubro).

Em todos os fins de semana do Festival, o concerto Cantexto, que nasce da interação de prestigiadas escritoras e escritores portugueses com grupos corais de cante alentejano, apresenta novas palavras e musicalidades criadas de propósito para a ocasião, através de diferentes vozes femininas, masculinas, mistas, jovens e adultas. Um encontro entre Hélia Correia & Grupo Coral Guadiana, José Luís Peixoto & Grupo Coral de São João dos Caldeireiros, Patrícia Portela & Os Moços da Aldeia, Valério Romão & Cantadores do Desassossego, Matilde Campilho & Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, Gonçalo M. Tavares & Grupo Coral da Academia de Serpa, Djaimilia Pereira de Almeida & As Ceifeiras de Entradas e Tiago Rodrigues & Os Ganhões de Castro Verde.

Destaque ainda para a parceria do Festival Futurama com a Amnistia Internacional de Portugal, que vai dirigir um workshop sobre direitos humanos e sobre como as artes e a cultura têm um potencial ativista no combate à injustiça e à repressão dos direitos e liberdades coletivas, em Beja e em Serpa (7 de outubro).

Com a missão de que esta programação transdisciplinar aconteça da forma mais inclusiva e acessível possível, cabe a cada espectador e espectadora definir o preço do seu bilhete para cada uma das atividades, a partir do valor simbólico de 1 euro.

Nas palavras do diretor artístico e programador John Romão, a 1.ª edição do Festival Futurama “propõe uma nova vibração artística que se faz de cruzamentos de artistas que viajam pelos mais prestigiados teatros, museus, centros culturais e festivais do país e do mundo, e que ganham a partir de agora, no Baixo Alentejo, uma nova casa e laboratório para experimentarem com outros artistas, outras práticas e o património tão rico desta região”. “Do desenho desta programação espero que sejam semeadas novas sensibilidades, novas perguntas e reflexões, mais diálogos e mais curiosidade”, deseja.

O Futurama é financiado pela Direção Geral das Artes / Ministério da Cultura, Câmara Municipal de Beja, Câmara Municipal de Castro Verde, Câmara Municipal de Mértola, Câmara Municipal de Serpa, Câmara Municipal de Vidigueira, Direção Regional de Cultura do Alentejo e Fundação Millennium BCP. Conta com a parceria da Amnistia Internacional, Agrupamento de Escolas Nº1 de Beja, Agrupamento de Escolas Nº2 de Serpa, Agrupamento de Escolas de Mértola, Escolas de Castro Verde, Museu Rainha D. Leonor, O Espaço do Tempo, Santa Casa da Misericórdia de Beja e da Underdogs.

 

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