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Festival Política: “cuidado com as mensagens, atenção aos mensageiros”

O Cinema São Jorge, em Lisboa, acolhe o Festival Política de 21 a 24 de abril. O tema desta edição é a “Desinformação”, uma ameaça à confiança nas instituições e alicerces de uma sociedade. Entre filmes, debates, performances e humor, o combate faz-se pelas ideias.
  • Cinema São Jorge
28 Março 2022, 17h00

“Este ano, com a guerra na Europa como pano de fundo, o tema central do Festival Política é a Desinformação, enquanto ameaça à democracia, factor de polarização, discriminação e marginalização de grupos populacionais, e elemento que mina a confiança dos cidadãos nos meios de comunicação social e no jornalismo”, lê-se num comunicado.

“Cuidado com as mensagens, atenção aos mensageiros” é tão-só um dos slogans deste festival que se quer de participação política, apresentação de propostas, reflexão e prospetiva. Daí que na edição deste ano, no regresso ao formato presencial, se recupere a rubrica “Cara a Cara com Deputados”, espaço de debate entre cidadãos e deputados representantes dos partidos eleitos para a Assembleia da República.

Mas não só. De 21 a 24 de abril, um dos pontos fortes do Política será, como tem sido sempre, a vertente cinema, nomeadamente o cinema documental. Dos 22 filmes a exibir, destaque para “My heart is there, my body is here”, de Pedro Cruz e João Doce, dedicado à realidade dos refugiados em Portugal, ou “Rua do Prior 41”, de Lorenzo d’Amico de Carvalho, que acompanha uma ocupação de uma casa nessa rua de Lisboa logo a seguir ao 25 de Abril. E ainda “A nossa bandeira jamais será vermelha”, de Pablo Lopez Guelli, onde se retrata a luta dos jornalistas independentes no Brasil na tentativa de romper o embargo informativo imposto pelas famílias que dominam o sistema de informação do país – e que ilustra particularmente bem o tema desta edição, a desinformação.

Realce ainda para o espetáculo de humor “A Grande Mentira”, da autoria de Hugo van der Ding, uma viagem aos grandes mitos e enganos da nossa História; a performance “Negras”, que junta Sílvia Barros na música e o coletivo Mulheres Negras Escurecidas, cujo foco é a sua invisibilidade social e política; e também a estreia de “A música invisível”, de Tiago Pereira, um documentário sobre a influência da música cigana no panorama musical português.

A edição deste ano tem a promoção da cidadania e a defesa dos direitos humanos como grandes objetivos, e visa ainda assumir-se “como um instrumento de capacitação dos cidadãos para criarem o seu antídoto contra a desinformação a partir do exercício dos seus direitos fundamentais e de uma visão crítica relativamente aos fluxos de informação”, segundo afirmou a codiretora do festival Bárbara Rosa, em comunicado.

Estão previstas 24 atividades na edição deste ano, todas elas gratuitas. Os bilhetes para o Festival Política estarão disponíveis apenas no próprio dia, na bilheteira do Cinema São Jorge. A inscrição nas atividades online deve ser feita para o email participa.politica@gmail.com. Finda a edição de Lisboa, o festival ruma a Braga, entre os dias 5 a 7 de maio.

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