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Francisco Rodrigues dos Santos pede união no CDS e critica “vaidades” dos opositores

“Se, a seguir às eleições autárquicas, estiverem na disposição de ponderar a realização de um congresso, saibam que não me oporei a que essa discussão tenha lugar”, disse o presidente do CDS, durante o Conselho Nacional.
  • António Pedro Santos/Lusa
6 Fevereiro 2021, 18h54

O CDS-PP precisa de estar unido numa altura de crise sanitária e economia e de hegemonia socialista no poder, afirmou este sábado o presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, acusando os que querem que abandone o cargo de terem agendas pessoais que colocam acima do partido.

“O CDS precisa de uma estrutura saudável, unida e forte, com uma atitude clara de oposição ao Governo socialista”, disse este sábado, dia em que decorre o Conselho Nacional do partido.

A reunião, que está a ser realizada por teleconferência devido às medidas de confinamento, tem apenas um item na agenda, uma moção de confiança proposta por Rodrigues dos Santos. Fora da ordem de trabalho ficou a discussão da possibilidade da realização de um Congresso extraordinário, sugerido pelo ex-vice-presidente do partido, Adolfo Mesquita Nunes, que já afirmou ser um candidato à liderança, depois de ter escrito um artigo de opinião a dizer que a atual direção não pode continuar à frente dos centristas.

“Se, a seguir às eleições autárquicas, estiverem na disposição de ponderar a realização de um congresso, saibam que não me oporei a que essa discussão tenha lugar”, disse Rodrigues dos Santos.

“A minha liderança não está, nem nunca esteve, preocupada com agendas pessoais, com vaidades políticas nem com tacticismos internos. Acredito profundamente que nenhum português perdoa a um político que coloque a sua ambição partidária à frente do país”, sublinhou.

Adiantou que “ss que nos seguem lá fora e até muitos cá dentro, não entenderão que na altura da mais grave crise de saúde pública que enfrentamos, em que tantos portugueses sofrem privações, o CDS esteja dividido em guerras, empenhado em provocar a precipitação de um congresso no atual contexto do país, quando tem órgãos democraticamente eleitos”.

Partido estava “arruinado financeiramente”

O presidente do CDS admitiu que cometeu alguns erros, mas adiantou que tem condições para continuar no Largo do Caldas. “Apesar das circunstâncias completamente novas e austeras com que nos deparámos no partido, no país e no xadrez político à direita, sinto termos condições para fazer mais e melhor.”

“Os mandatos são para cumprir e eu quero executar o projeto para o qual fui mandatado pelos militantes, que tem a duração de dois anos. Não se fazem balanços a meio do mandato,” adiantou.

‘Chicão’, como é conhecido o presidente do CDS, aproveitou a ocasião para desafiar os seus críticos a responderem pelas falhas do período de liderança da Assunção Cristas.

Vincou que herdou “um partido que o rumo anterior deixou arruinado financeiramente, desacreditado e à mercê da concorrência de novas forças políticas que favoreceu que surgissem pela primeira vez.”, acrescentando que nunca ouviu uma“única explicação” sobre a “gestão fracassada” de quem guiou o partido até ao congresso de Aveiro.

“Hoje talvez seja uma ocasião favorável para, pela primeira vez, ouvirmos alguns desses responsáveis responderem politicamente pela estratégia que defenderam, pelo programa que construíram, pelas opções de vida que levaram à preterição do partido em véspera de eleições em benefício do conforto da vida privada, pela dívida exorbitante que deixaram e pelos piores resultados de sempre que obtiveram”, salientou.

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