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Frasquilho: “Estado português defendeu os interesses da TAP em Bruxelas do primeiro ao último minuto”

“Foram feitas várias tentativas de evitar a reestruturação”, garantiu hoje o chairman da TAP no Parlamento, apontando que as contas da companhia aérea no final de 2019 levaram Bruxelas a optar por não conceder os apoios previstos para o setor da aviação para mitigar os efeitos da pandemia da Covid-19.
  • Cristina Bernardo
24 Junho 2020, 11h44

O presidente do Conselho de Administração da TAP garantiu hoje que o Estado português defendeu os interesses da companhia aérea junto da Comissão Europeia nas conversações sobre o modelo de apoio para a empresa.

“É evidente que o Estado defendeu os interesses da TAP do primeiro ao último minuto”, argumentou Miguel Frasquilho esta quarta-feira.

“A Comissão Europeia tem as contas da TAP, olha para o balanço e vê um grupo que tinha 600 milhões de capitais próprios negativos no final de 2019”, destacou em audição na comissão parlamentar de economia.

“Há  todo um historial que leva a qualificar a TAP como um grupo em dificuldades, não vejo como nos podemos espantar. A Comissão Europeia considerou ser a TAP uma empresa com dificuldades”, apontou.

“Um dos requisitos essenciais é a empresa não poder ser classificada como uma empresa em dificuldades no final de 2019. Foram feitas várias tentativas de evitar a reestruturação”, garantiu.

O chairman da TAP admitiu que o empréstimo do Estado português no valor de 1,2 mil milhões de euros é “volumoso”, mas apontou para os exemplos de outras companhias aéreas europeias que vão receber apoios relevantes: Lufthansa, nove mil milhões de euros; Air France, sete mil milhões; KLM, quatro mil milhões.

Na decisão anunciada a 10 de junho, a Comissão Europeia decidiu que “a TAP não é elegível para receber apoio ao abrigo do Quadro temporário da Comissão relativo aos auxílios estatais, destinado a apoiar empresas que de outro modo seriam viáveis”.

No entanto, Bruxelas deu luz verde ao Estado português para realizar um empréstimo até 1.200 milhões de euros à companhia aérea. Esta decisão autoriza o Governo português a conceder o empréstimo sujeito a um reembolso ao fim de seis meses. Caso a TAP não pague tem de apresentar um plano de reestruturação ao fim de seis meses.

 

https://jornaleconomico.pt/noticias/comissao-executiva-da-tap-diz-que-esta-a-analisar-com-muita-atencao-contrato-para-emprestimo-estatal-de-1-200-milhoes-604542

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